Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Os eleitos e os presos

Se for para a cadeia, Bolsonaro será inocentado, como Lula?

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Cá com meus botões, sempre achei que os perseguidores de Lula erraram de estratégia em 2018. Depois de quatro vitórias seguidas do PT, que ocupou a Presidência de 2003 a 2016, naquele ano havia surgido a oportunidade perfeita para derrotá-lo – o cavalo selado que só passa uma vez – com o conchavo que levou ao impeachment de Dilma e o hiato oportunista de Temer.

Quatro anos atrás, no rastro do escândalo do petrolão, o antipetismo atingiu o ponto máximo, substanciando a onda bolsonarista que varreu o país. Com Lula derrotado e humilhado nas urnas, sua carreira política provavelmente teria acabado. Só que a prisão veio antes, seus inimigos armaram para que ele não concorresse às eleições. "Tentaram me enterrar vivo", segundo suas próprias palavras. Engaiolado na república do Paraná durante 580 dias, o ex-presidente começou a renascer, conquistando primeiro a simpatia do seu carcereiro, e a tramar a volta por cima de 2022.

Bolsonaro tem agora sua segunda grande chance na vida. A primeira, depois de ter caído de paraquedas no Palácio do Planalto, ele desperdiçou com os planos de virar um ditadorzinho. A chance de ser preso, e depois inocentado, provando que não cometeu nenhum crime no exercício do poder – tarefa difícil, mas no Brasil tudo é possível. Aos olhos da maioria dos eleitores, no entanto, o capitão já foi condenado.

Venceu, no aperto, a democracia, mesmo tendo sido golpeada até os últimos momentos. Este foi o pleito mais corrompido da história do país desde a República Velha – derrama de dinheiro público, fake news e factoides, assédio e ameaça a trabalhadores –, culminando com a transformação da PRF num bando de jagunços, na tentativa de impedir o voto dos nordestinos, que, ao lado dos mineiros, sustentaram a vitória lulista.

Macaco velho, Lula prega a reconciliação nacional. Falta combinar com os russos, digo, os extremistas de direita.

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