Considerado o principal tema de debate e fator decisivo para a escolha do voto no início da campanha, a situação econômica do país foi perdendo espaço para a guerra digital e a guerra santa — duas imposições do bolsonarismo com as quais a frente democrática em torno de Lula teve de lidar nem sempre com bons resultados.
Depois de passar oito anos no poder e nada ter feito para prejudicar a fé dos brasileiros — ao contrário, pastores que hoje o demonizam aliaram-se aos governos petistas —, Lula viu-se obrigado a se defender de duas das maiores mentiras da temporada: não irá fechar igrejas, tampouco implantar banheiros
unissex nas escolas.
Dupla dinâmica do fanatismo e do fascismo teocrático, Michelle Bolsonaro e Damares Alves devem ter rido da carta aos evangélicos num intervalo da pregação pró-Bolsonaro nos templos — o que é proibido pelo TSE, mas quem se importa com um crime a mais quando está em curso o maior golpe eleitoral da história recente do Brasil? Só com denúncias de ameaça, assédio e coação a empregados, o número de ocorrências em 2022 equivale a mais de cinco vezes o total de 2018. Desnecessário dizer que o preferido dos patrões é o capitão.
O resultado da "decolagem" de Paulo Guedes, ao beneficiar os ricos e desamparar os pobres, é que o país tem 64 milhões de pessoas endividadas. As que recebem o Auxílio Brasil vão se enforcar ainda mais fazendo empréstimos consignados na Caixa Econômica.
Além da exploração religiosa, da desinformação e da violência política ao modo de Roberto Jefferson, a compra de votos é outra jogada suja de Bolsonaro, que despejou R$ 21 bilhões na mão de eleitores. Não se engane: a gasolina já voltou a subir. O plano de propor o fim da correção do valor mínimo do salário e dos benefícios previdenciários é só o trailer de um possível segundo mandato. Guedes nega o arrocho, mas você pode apostar que ele está mentindo.
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