Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Sergio Cabral vira influencer

Em liberdade, ex-governador das UPPs circula nas altas rodas e emprega filho na Alerj

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Sergio Cabral está recuperando o tempo perdido. Continua proibido de viajar para fora do país e tem de usar tornozeleira eletrônica. Mas, com o que lhe é permitido, dá para levar um vidão. Se cansar de beber água de coco de canudinho na orla de Copacabana, pode dar um pulo em Noronha ou na Serra Gaúcha durante o fim de semana; curtir uma roda de pagonejo na Barra da Tijuca; prestigiar seu querido Vasco da Gama nos camarotes do new Maracanã —sem sentir saudade do velho Maraca, que ele destruiu.

Liberado pela Justiça após condenações que somam mais de 400 anos de prisão, Cabral volta a circular nos ambientes chiques do Rio. Numa festa que reuniu a nata da advocacia no restaurante Satyricon, em Ipanema, aproveitou para tirar uma selfie abraçado ao ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz.

O ex-governador publicou no Instagram uma foto no hospital. "Check-up depois de seis anos", escreveu, referindo-se ao período na cadeia. No perfil recém-criado, que tem 15 mil seguidores, tira onda de influencer e indica as melhores séries. Aparece malhando: "É ruim, mas é bom. É bom, mas é ruim".

Questionado num programa de TV sobre como era viver atrás das grades, chorou. Em liberdade não assume que liderou o esquema de corrupção e retoma a versão de que o dinheiro ilegal era fruto de sobras no caixa dois de campanha, não de propina. Deve haver quem acredite. Político morto-vivo, segue dando cartas: conseguiu nomear o filho, Marco Antônio Cabral, para um cargo na Alerj.

Governador de 2007 a 2014, Cabral será lembrado pela marca da ganância, do escândalo e do fracasso. Abandonou o projeto das UPPs, que chegou perto de obter bom resultado. De lá para cá, a situação só piorou. O último preso da Lava Jato assiste confortavelmente à atual política antidrogas que criminaliza a pobreza, se pauta pela eliminação de jovens negros e viola direitos dos favelados.

Moradores passam por policiais em operação contra o tráfico no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ); ação deixou 11 mortos - Carl de Souza - 23.mar.23/AFP

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas