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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Mulas e muambas de Bolsonaro

Organização criminosa fez de tudo para manter-se no poder e continuar faturando

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O golpe de Estado era uma etapa do golpe das joias. Não por acaso a investigação sobre os atos antidemocráticos levou à descoberta da organização criminosa ligada a Bolsonaro. Esqueça Deus, pátria, família: o negócio era grana. A quadrilha fez de tudo —até transformar o avião da Presidência em mula de muamba— para manter-se no poder e continuar faturando.


É espantoso pensar na facilidade com que o ex-presidente corrompeu as instituições, a começar pela Polícia Federal, que hoje o desmascara com a Operação Lucas 12:2. Na reunião ministerial de 2020, aquela da boiada, ele admitiu ter um sistema particular de informações e, para não ser surpreendido, iria intervir nas agências de segurança. Na PF, trocou o diretor-geral, em média, a cada 12 meses e afastou dezenas de delegados; a PRF foi entregue a um assecla, Silvinei Vasques, que dificultou o trânsito de eleitores.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, escolheu ser amigo de Bolsonaro, não da Constituição. Ao lado de seu braço direito, a vice-procuradora Lindôra Araújo, Aras manteve agendas privadas, à noite, no Alvorada, com o ex-presidente, sempre antes de manifestações favoráveis a ele. Os encontros não foram divulgados pelo governo nem pelo MPF.

Em matéria de favores monetários, nada se compara à atuação das Forças Armadas. Além dos militares do alto escalão golpista, todos recebendo supersalários, outros 18 integrantes da caserna que tinham cargos na gestão Bolsonaro estão na mira de diferentes inquéritos. No caso das joias —cujas transações podem ter superado R$ 1 milhão— estão citados um almirante (Bento Albuquerque) e um general (Lourena Cid).

A PF pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. Difícil será mapear a movimentação em dinheiro vivo, que, como se sabe, é a preferida do capitão. Mas nada permanece escondido para sempre.

Michelle e Jair Bolsonaro - Carla Carniel/Reuters

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