Descrição de chapéu forças armadas

Saiba quem são os militares investigados no caso das joias de Bolsonaro

Segundo investigações da Polícia Federal, peças de alto valor foram vendidas ou oferecidas para a venda

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São Paulo

Militares de variadas patentes, de sargentos a oficiais-generais, das três Forças Armadas, mas sobretudo do Exército, são investigados por suspeita de corrupção e malfeitos durante e depois do governo Jair Bolsonaro (PL).

Saiba quem são os envolvidos no mais recente escândalo que tem relação com fardados, o caso das joias presenteadas a Bolsonaro na condição de chefe de Estado que, segundo investigações da PF (Polícia Federal), foram vendidas ou oferecidas para a venda.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, um homem branco de terno azul, e Mauro Cid, um homem branco de cabelo curto e farda verde do Exército, caminham junto a outras pessoas durante viagem nos Estados Unidos.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid (farda verde), ex-ajudante de ordens e tenente-coronel envolvido no caso das joias, durante viagem nos Estados Unidos - Alan Santos-08.mar.20/PR

General de Exército Mauro César Lourena Cid

Pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Lourena Cid ajudou o filho na negociação de venda de presentes, segundo a PF. Na investigação, foi anexada uma foto na qual aparece o reflexo do general na superfície de uma caixa que acomodou uma palmeira dourada folheada a ouro.

O general de quatro estrelas, posto máximo do Exército, integrou o Alto Comando e chefiou o Comando Militar do Sudeste e o Departamento de Educação e Cultura da corporação.

No governo Bolsonaro, foi nomeado chefe do escritório brasileiro da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Miami, nos EUA. Ele tinha sido colega de academia militar do ex-presidente, nos anos 1970.

Almirante de Esquadra da Marinha Bento Albuquerque

Ministro das Minas e Energia de Bolsonaro do início do governo, em 2019, a maio de 2022, é alvo de inquérito por suspeita de omitir informações à Receita Federal sobre o transporte e a entrada no Brasil de joias presenteadas por sauditas a Bolsonaro.

Albuquerque deixou o ministério no ano passado, meses antes da eleição, em meio a pressão do então presidente contra um reajuste de combustíveis. "Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis", disse Bolsonaro dias antes da troca.

Contra-almirante da Marinha José Roberto Bueno Junior

Foi chefe de gabinete de Bento Albuquerque no Ministério das Minas e Energia e atuou para tentar reverter a apreensão de joias na Receita Federal do aeroporto de Guarulhos.

Coronel da reserva do Exército Marcelo Costa Câmara

Assessor especial do gabinete pessoal de Bolsonaro na Presidência, era o principal ponto de contato do tenente-coronel Cid nas operações para recuperar as joias colocadas à venda depois que o caso veio à tona.

Segundo seu depoimento à PF, Bolsonaro o designou para cuidar do acervo presidencial após saída da Presidência. Foi apontado, em uma reportagem da revista "Veja" em 2020, como chefe de um serviço paralelo de inteligência no Planalto.

Tenente-coronel do Exército Mauro Cid

É peça central de um esquema de venda ilegal de presentes dados ao governo brasileiro que deveriam ter sido incorporados ao acervo presidencial, segundo as investigações.

Chefe da ajudância de ordens da Presidência durante o governo Bolsonaro, está preso desde maio sob suspeita de ter adulterado os registros de vacinação do ex-presidente e de familiares. É investigado também por participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro.

A insistência do ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda em manter a nomeação de Cid para comandar o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia, uma tropa de elite do Exército, apesar de ele já estar associado a escândalos, é apontada como a gota d'água para a demissão do ex-chefe da força terrestre. A exoneração ocorreu por ordem do presidente Lula menos de duas semanas após os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Em depoimento no Congresso Nacional em julho, o tenente-coronel não respondeu perguntas, mas se manifestou afirmando que seu papel no governo anterior é superestimado. Disse que a função de ajudantes de ordens equivale à de um secretário e que não tinha poder de decisão.

Primeiro-tenente da Marinha Jairo Moreira da Silva

Também participou da operação para tentar liberar joias apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.

Tenente da Marinha Marcos André Soeiro

Ex-assessor do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, transportou as joias apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021.

Segundo-tenente da ativa do Exército Osmar Crivelatti

Um dos alvos da operação da PF na sexta (11), foi, segundo as investigações, designado pelo tenente-coronel Cid para receber o relógio da marca Chopard que havia ido a leilão, sem sucesso, em Nova York.

Foi um dos oito nomeados por Bolsonaro para trabalhar com ele depois que deixou a Presidência, com salários custeados pelos cofres públicos. Nessa condição, integrou a equipe que viajou com Bolsonaro para os EUA às vésperas da mudança de governo, no dia 30 de dezembro.

Segundo-tenente do Exército Cleiton Henrique Holzschuk

Ex-integrante da ajudância de ordens da Presidência, participou da operação para tentar liberar joias apreendidas na Receita Federal do aeroporto de Guarulhos.

Também esteve presente na ação para manter sob a posse pessoal de Bolsonaro possíveis pedras preciosas entregues ao ex-presidente no fim de outubro do ano passado em Teófilo Otoni (MG). O caso é alvo da CPI do 8 de janeiro, no Congresso.

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