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Igreja Anglicana usa aplicativos para converter fiéis

Para combater queda no número de seguidores, religião criou departamento de inovação digital

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A tradicional Igreja Anglicana, principal religião do Reino Unido, resolveu se modenizar e investir pesado em tecnologia para atrair novos fiéis.

Nos últimos dois anos, a igreja criou um departamento de inovação digital e desenvolveu aplicativos, novos sites e uma agressiva estratégia nas redes sociais para promover a religião.

O mais recente movimento foi o lançamento de um aplicativo específico para a Alexa, o serviço de internet da Amazon que responde a comandos de voz de seus usuários.

Cerimônia da Igreja Anglicana na Catedral de St. Paul, em Londres - Yui Mok - 12.mai.2018/AFP

Com o aplicativo, as pessoas podem fazer várias perguntas profundas sobre a religião para a assistente virtual.

Algumas das questões sugeridas na própria página da igreja para promover o serviço são: o que significa acreditar em Deus? Como ser tornar um cristão? Quais são os dez mandamentos?

Outros aplicativos e sites da Igreja Anglicana oferecerem serviços mais básicos, explicando a importância do casamento, do batismo e outros dogmas religiosos.

Aplicativos baixados nos celulares mostram onde encontrar a igreja mais próxima para orar, usando os mapas virtuais.

E um dos aplicativos mais populares permite que os usuários criem correntes de orações para alcançar as graças desejadas. Aparentemente, dezenas de milhares de usuários usam o serviço diariamente para ajudá-los com as rezas.

Para os fiéis mais conectados, a igreja promove também hackathons regulares onde vários assuntos ligados à teologia são discutidos.

A ofensiva digital dos anglicanos tem como principal objetivo reverter décadas de declínio constante no número de fiéis –um problema que afeta também as outras denominações religiosas no país.

Segundo o dados oficiais, metade dos adultos britânicos declaram que não tem nenhuma religião.

Na década de 1980, 40% dos britânicos se declaravam anglicanos. Hoje, esse número caiu para meros 17%.

E um número ainda menor frequenta as igrejas do país. Muitas das quais acabaram sendo vendidas e foram convertidas em apartamentos modernos e caros.

Ao encarar o declínio de sua presença na sociedade, a Igreja Anglicana decidiu adotar a mesma estratégia de grandes empresas com forte presença no mundo virtual: estar presente sempre que o cliente precisar.

O diretor digital da igreja, Adrian Harris, confirma a estratégia. “A Igreja Anglicana tem que estar disponível e ao alcance dos fiéis no momento e no lugar que eles precisarem”.

Aparentemente, a iniciativa virtual tem sido bem sucedida. O número de usuários dos serviços tem crescido.

Mas não se sabe ainda se essa mobilização toda vai trazer de volta os fiéis para as igrejas.

Talvez o efeito seja até contrário: muitos anglicanos podem chegar à conclusão de que podem conseguir todo o conforto espiritual que querem sem sair do seu sofá.

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