Siga a folha

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

Uma dádiva da vida

Concordo com o raciocínio de que quem gosta de viver não tem problema com a idade

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Lendo uma revista feminina, me deparei com um conteúdo sobre etarismo, a discriminação baseada na idade. Na hora pensei numa postagem de rede social atribuída à atriz Malu Mader, que dizia que quem gosta de viver não tem problema com a idade.

Concordo com esse raciocínio, porém comecei a divagar sobre o assunto. Talvez pela proximidade da virada do ano ou da data do meu aniversário, lembrei de uma indagação que me fizeram recentemente, precedida pelo clássico "desculpa perguntar" —aquele tipo de introdução que costuma ser o prenúncio de que o que vem pela frente não é boa coisa: "Quantos anos tu tens"?

Poderia ter dito que a informação era irrelevante, o também clássico "não te interessa". Mas como de fato não tenho problema com essa questão —adoro comemorar aniversário—, respondi à pergunta. E, de imediato, ouvi: "Nossa, não parece. Tu estás muito bem para a idade".

Até entendo a boa intenção por trás desse tipo de fala, no entanto o efeito costuma ser contrário ao supostamente pretendido. Especialmente num país que enxerga a maturidade como um tabu e num mundo preconceituoso que esteve prestes a enquadrar a velhice como uma doença. Isso mesmo, doença.

Foi por pouco que a nomenclatura "old age" não foi incluída pela Organização Mundial da Saúde na atualização da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) que entrará em vigor em janeiro de 2022. A iniciativa foi alvo de muitas críticas, pois, além de controversa, era contraditória em relação aos avanços alcançados em políticas de envelhecimento ativo, inclusive quanto à Década do Envelhecimento Saudável (2021/2030) estabelecida pela própria OMS.

Em dez anos, haverá mais idosos do que crianças e adolescentes no Brasil segundo o IBGE. Aceitar as marcas do tempo faz bem para a mente, sobretudo quando se preserva a capacidade funcional.

Envelhecer não é um mal da idade, é uma dádiva da vida.

Feliz Ano Novo!

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas