Siga a folha

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

Descrição de chapéu Todas Consciência Negra

Novembro, mês da paciência negra

Em 2023, a turma que insiste em defender o mito da nossa 'democracia racial' conseguiu se superar

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Todo novembro no Brasil é o mesmo rame-rame sobre dedicar uma data à exaltação das lutas e da resistência do povo negro contra as desigualdades e as diversas formas de opressão decorrentes do racismo. Entre os argumentos contrários, estão os discursos de uma raça única (a humana) e do fomento da desunião entre os brasileiros, e blá-blá-blá...

É assim desde que a Lei 12.519/2011 instituiu o Dia (20) Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, dedicado à reflexão sobre as vicissitudes impostas a pretos e pardos por conta da diferenciação física decorrente da escravização negra.

Ativistas e grupos antirracistas realizam a 19ª Marcha da Consciência Negra do Masp, na avenida Paulista, até o Theatro Municipal, na região central de São Paulo - Rivaldo Gomes - 20.nov.22/Folhapress

Contudo, em 2023 a turma que insiste em defender o mito da nossa "democracia racial" conseguiu se superar ao acrescentar a "ingratidão negra" entre os elementos a serem observados. Já teve gente no RJ bradando publicamente por "reconhecimento e gratidão à princesa Isabel por ter libertado os escravos." Haja paciência!

No artigo "Ser Negro no Brasil Hoje", publicado pela Folha, o geógrafo Milton Santos (1926-2001) observou o quanto o olhar distorcido da realidade social do negro impede o real enfrentamento da questão racial no país: "...a opinião pública foi, por cinco séculos, treinada para desdenhar e mesmo não tolerar manifestações de inconformidade, vistas como um injustificável complexo de inferioridade, já que o Brasil, segundo a doutrina oficial, jamais acolhera nenhuma forma de discriminação ou preconceito."

É dessa maneira que convicções escravocratas mantêm estereótipos que ultrapassam o limite do simbólico no cotidiano. Como disse a filósofa Bárbara Carine Pinheiro em suas redes sociais, os que têm ojeriza e vergonha da escravização negra devem ser gratos a Luísa Mahin, Luiz Gama, Maria Felipa, Zumbi, Dandara dos Palmares, ao Dragão do Mar.

Esses (e muitos outros) sim são personagens fundamentais para a abolição da escravatura no Brasil e para a luta por equidade e justiça, que é constante para quem defende o antirracismo.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas