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É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

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Estamos retrocedendo em diversidade?

O efeito backlash é uma regressão que pode se manifestar em muitos contextos

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Na minha última viagem para uma agenda de temas relacionados ao avanço do direito das mulheres em NY, um dos temas que me chamaram atenção foram os debates e perguntas sobre o "efeito backlash" (retaliação, em português). O termo vem do mundo jurídico e, de uma forma simplificada, é o retrocesso de avanços anteriores. Apesar de ser um tema pouco explorado, ele é cíclico em assuntos de visibilidade e pode ser uma barreira contra avanços em diversidade. Inclusão é um tema que venho acompanhando há alguns anos e com preocupação.

Antes de abordar esse assunto, é importante deixar claro que não estamos falando de questões políticas ou religiosas —apesar que os dois assuntos se permeiam—, mas sim de leis, avanços e legislações que são direito de todas as mulheres, mesmo para aquelas que acham que não precisam. Para exemplificar, podemos usar os EUA, referência em legislação sobre aborto e liberdade individuais, cuja lei foi derrubada pela Suprema Corte americana.

Simone dando autógrafos em São Paulo, em 6 de setembro de 1960 - Coleção Sylvie Le Bon de Beauvoir, Distribuição Gallimard

O backlash é uma regressão que pode se manifestar em muitos contextos:

● uma legislação mais restritiva; isso inclui alterar leis em vigor ou nem pensadas para nós;

● violência de gênero, assédio sexual; em um mundo onde não há leis ou onde as mulheres não estão seguras, os homens (mais do que nunca) sentem-se à vontade para violar nossos corpos, principalmente se você pode pagar por um crime;

● e a perpetuação de ideias e papéis tradicionais e estereotipados sobre o que é ser mulher.

A famosa frase de Simone de Beauvoir sempre ecoa na minha cabeça nesses momentos: "Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Nossos direitos infelizmente ainda não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida."

Apesar de todos os desafios de ser mulher, vivenciar essa semana com reuniões e conviver com outras mulheres que estão preocupadas, lutando e trabalhando por nós, pela inclusão, pela diversidade, pelos direitos, é o que me dá esperança. A gente segue vigilante, resistindo e trabalhando incansavelmente pelo nosso futuro e pelas nossas vidas.

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