Na coluna passada, abordei o momento certo para expandir. Na coluna de hoje, decidi aprofundar esse tema. Se você é uma empresa de médio ou grande porte, uma empreendedora com recursos e capital, como deve valorizar seus colaboradores? Embora o tema possa parecer polêmico, é essencial ter conversas diretas e francas sobre a relação entre empresa e colaborador.
Um estudo encomendado pelo LinkedIn no ano passado, que ouviu 23 mil pessoas em 16 países, incluindo o Brasil, revelou que 60% dos profissionais estão buscando um novo emprego e aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome de burnout. O Brasil é o segundo país com mais casos diagnosticados. E o que isso tem a ver conosco enquanto empresários, recursos humanos, CEOs ou co-CEOS? A responsabilidade desses dados também é nossa.
Aquele velho pensamento de nossos avós de que precisamos dar toda e qualquer satisfação no trabalho ou que devemos permanecer em um só lugar sem questionar ou reclamar é passado. Por mais que gostemos do que fazemos (e me coloco nessa posição), o trabalho não deixará de ser cansativo e frustrante muitas vezes, mas é preciso que seu bem-estar acompanhe sua carreira e não o contrário.
Enquanto empreendedora social, mãe e mulher, sempre farei um recorte de gênero em qualquer assunto abordado, afinal, a pergunta clássica "se eu te contratar, com quem seu filho vai ficar?" sempre é direcionada às mães e não aos pais. Ainda sobre a valorização profissional e o papel das empresas nisso, antes de mais nada é preciso entender que essa relação é de troca.
Enquanto nossos colaboradores passam horas dedicando seu conhecimento e tempo de vida para os processos avançarem, metas sejam cumpridas e as vendas aconteçam, a empresa oferece um ambiente de trabalho saudável, com recursos e reconhecimento, o que torna essas horas produtivas para todos.
E quais os caminhos para isso? Investir em recursos que promovam o bem-estar e o desenvolvimento dos colaboradores é essencial, reconhecer e recompensar é fundamental para mantê-los motivados. O incentivo ao desenvolvimento de suas habilidades contribui para fortalecer a equipe a longo prazo, isso também garante a sustentabilidade da organização, sua reputação e sua competitividade.
Para as mães, é essencial implementar políticas de licença maternidade e paternidade, flexibilidade de horários e opções de trabalho remoto, se possível. Oferecer creches ou subsídios para cuidados infantis. As mulheres não deveriam ter que escolher entre sua carreira e a maternidade, nem sentir-se culpadas por quererem ambos. É preciso que as empresas valorizem essas profissionais e permitam que elas encontrem o equilíbrio entre as duas áreas da vida.
E então, sua empresa te valoriza? Sua empresa valoriza seus colaboradores? Essa é uma reflexão que eu e todos nós devemos fazer para construir ambientes de trabalho mais inclusivos, saudáveis e produtivos.
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