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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Empresários pegam carona em ataques do bolsonarismo ao Congresso

Homens de negócios pensam nos próprios cofres e tentam agradar o governo

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Quando o governo decidiu lançar uma campanha para impulsionar o comércio no Sete de Setembro, alguns empresários pegaram carona na patriotada. Queriam aproveitar a propaganda oficial e, de quebra, ficar bem na fita com o Planalto. Agora, uma parte dessa turma enxerga uma nova oportunidade.

Investidores e donos de cadeias de varejo indicaram que pretendem colocar dinheiro na distribuição de mensagens contra o Congresso e na organização de protestos contra os parlamentares, a favor de Jair Bolsonaro. Muitos deles, é claro, estão pensando nos próprios cofres.

O chefe de uma rede de academias sugeriu bancar a divulgação de vídeos com ataques ao presidente da Câmara, um dos principais alvos das manifestações de 15 de março. A colunista Mônica Bergamo contou que Edgard Corona enviou a ideia a um grupo de empresários governistas.

Edgard Corona, presidente da Academia Smart Fit - Claudio Belli/Valor

As gravações não fazem uma convocação direta para os protestos, mas os homens de negócios parecem dispostos a pegar carona no mau humor com o Parlamento estimulado pelos bolsonaristas. O grupo quer, na verdade, travar a reforma tributária em discussão na Câmara.

Os empresários desse grupo defendem o corte de impostos sobre a folha de pagamentos e sua substituição por um tributo semelhante à CPMF —algo que Maia descarta. "Parte da elite empresarial quer que o povo pague a conta da redução do custo de contratação de mão de obra. É uma tese inacreditável. O povo paga a conta para desonerar a folha", respondeu Maia à coluna.

Em geral, donos do dinheiro gostam de agradar os donos do poder. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, chegou a ver o financiamento de suas entidades ameaçadas pela faca de Paulo Guedes. Depois, encampou a criação do novo partido de Bolsonaro.

Outros movimentos são mais abertos. Um investidor, por exemplo, prometeu custear carros de som para os protestos contra o Congresso e o STF, conforme mostrou a jornalista Vera Magalhães. Negócios, negócios, democracia à parte.

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