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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Dúvidas sobre 2022 mostram que não existem candidatos de laboratório

Consórcio da terceira via faz manifesto, mas não produz nome com chances de 2º turno

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Um consórcio de empresários e caciques partidários se convenceu de que o país chegará a 2022 disposto a votar num nome de terceira via para o Palácio do Planalto. Na última semana, eles inventaram um grupo de WhatsApp e um manifesto político. Não conseguiram produzir ainda um projeto que mostre força suficiente para ir ao segundo turno.

Pesquisas feitas a 18 meses da disputa indicam que cerca de 60% dos brasileiros declaram intenção de votar em Jair Bolsonaro ou em Lula. Parece haver espaço de sobra para um nome alternativo, mas o terreno pode não ser tão fértil assim.

Para alcançar o segundo turno, a chapa precisaria deslocar Bolsonaro pela direita, desidratar Lula na esquerda ou aglutinar o eleitorado que, segundo esse grupo, está no centro. Por qualquer dessas rotas, seria necessário se aproximar dos 25% dos votos para seguir adiante.

A via da esquerda tende a ficar ocupada com o retorno de Lula à cena eleitoral. Ainda que o PT enfrente uma boa dose de rejeição, é razoável apostar que o ex-presidente pode superar os 29% dos votos obtidos por Fernando Haddad na última disputa. Dificilmente um nome como Ciro Gomes teria fôlego suficiente para ultrapassar o petista.

Pelo outro lado, seria preciso drenar o potencial político de um presidente que conseguiu reter uma popularidade na casa dos 30%, mesmo com uma rejeição crescente. Essa parece ser a opção preferencial da turma da terceira via: convencer eleitores desse campo a abandonar Bolsonaro e escolher uma alternativa "moderada" na direita. O envolvimento de Ciro seria uma tentativa de amenizar a marca conservadora.

Para superar o PT ou Bolsonaro apenas pelo centro, a tarefa também não é simples. Essa chapa poderia dominar uma centro-direita interessada em se afastar de um presidente radical, mas poderia ter dificuldade para desalojar um Lula que tem se apresentado com um figurino de centro-esquerda. Até aqui, o cenário mostra que não existem candidaturas fabricadas em laboratório.

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