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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu mudança climática

Lula viaja ao Egito em busca de ganhos políticos no Brasil

Passagem pela COP27 dá impulso antecipado ao petista em meio a incertezas domésticas

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Lula viajou 10.000 km para fazer política interna. Dias antes de embarcar para o Egito, o presidente eleito explicou a um aliado que a ideia de um giro internacional no período de transição e no início do mandato seria importante para reposicionar o país no mundo. O petista indicou, no entanto, que sua principal aposta está nos efeitos domésticos que pode colher nesse prazo.

Uma pista já havia aparecido no discurso após a vitória nas urnas. Ao lançar o slogan da política externa de seu terceiro mandato ("o Brasil está de volta"), Lula apontou que pretendia recuperar credibilidade internacional para obter a confiança de investidores estrangeiros.

Aliados do presidente eleito dizem que esse dinheiro é tratado como fator determinante para a recuperação econômica, num ambiente marcado por aperto nas contas públicas. Os recursos vindos de fora também poderiam ajudar a amenizar a hesitação de investidores brasileiros.

Essa foi apenas uma parte da jogada política que Lula fez com sua presença na conferência do clima da ONU. Além da propaganda de novos tempos nas relações exteriores, o presidente eleito aproveitou o discurso na COP27 para buscar ganhos mais imediatos no Brasil.

O primeiro deles foi usar a seu favor a expectativa de poder para antecipar, ao menos de maneira simbólica, o início de seu governo. Lula conseguiu ocupar espaço no noticiário nacional como se fosse um presidente empossado —aproveitando o silêncio do inquilino oficial do Palácio da Alvorada.

O petista também aproveitou o palco para anunciar propostas nas duas áreas em que há mais clareza sobre os rumos do futuro governo: meio ambiente e relações internacionais. Foi uma oportunidade de deixar em segundo plano indefinições sobre a política econômica.

A passagem pelo Egito dá um impulso a este início extraoficial de governo. Lula sabe que, quando voltar ao Brasil, terá que lidar com os abacaxis da montagem do ministério e do aperto do Orçamento.

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