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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

União Brasil se mostra um inquilino incômodo no governo Lula

Presidente aceita desgaste de ministros para esperar votações e evitar abertura de precedentes

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Alojada no condomínio do governo Lula, a turma da União Brasil se mostra uma inquilina incômoda. A legenda chegou com um passado embaraçoso, gosta de farra, circula com amizades indesejadas, tem uma família que não se entende e, para piorar, dá sinais de que não tem fundos para pagar todo o aluguel.

Lula cedeu três ministérios à União Brasil com a esperança de convencer boa parte de seus 59 deputados e 9 senadores a votar a favor dos projetos do governo. A legenda não só está longe de entregar esse apoio como se tornou uma fonte precoce de dor de cabeça para o Planalto.

Logo nas primeiras semanas de mandato, a Folha noticiou que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, se elegeu deputada com o apoio de um grupo que tem ligações com uma milícia que atua no Rio.

Em fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que, antes de assumir o Ministério das Comunicações, Juscelino Filho direcionou verba do Orçamento para asfaltar uma estrada que corta sua fazenda. No cargo, ele recebeu diárias numa viagem para participar de um leilão de cavalos.

Lula anuncia a escolha do deputado Juscelino Filho para comandar o Ministério das Comunicações, em dezembro de 2022 - Pedro Ladeira/Folhapress

O terceiro ministro indicado pelo partido, Waldez Góes (Integração Nacional), já tinha um histórico conhecido. Ele foi condenado no STJ em 2019 por desvio de recursos quando era governador do Amapá, mas a ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal no ano seguinte.

O presidente avisou a auxiliares que gostaria de evitar que acusações contra ministros se tornassem um problema político para o governo. Por enquanto, contudo, Lula prefere absorver esses desgastes.

O petista disse a aliados que é cedo para abrir o precedente de afastar ministros com base em casos que ainda não tiveram desfecho —o que poria em risco outros subordinados que ele não está disposto a demitir.

Além disso, o presidente quer medir o apoio que as bancadas da União podem dar ao governo nas primeiras votações de peso. Uma troca de cargos só ocorreria para atrair o apoio de outros grupos do partido ou de mais legendas do centrão.

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