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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Descrição de chapéu TSE STF Twitter

Bolsonaro atualiza repertório, mas turnê do golpe ainda é a mesma

Ex-presidente pega carona em Moraes e Musk para confundir debate público e condição pessoal

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Brasília

Jair Bolsonaro atualizou o repertório da turnê em que encarna um ex-presidente com problemas na Justiça. De carona na campanha de contestação aos bloqueios determinados por Alexandre de Moraes nas redes, ele alegou que o país está "perto de uma ditadura" e fez "um apelo" para que apoiadores participem de uma manifestação no Rio.

Em fevereiro, quando discursou na avenida Paulista, Bolsonaro falava em liberdade, mas estava preocupado em denunciar o que tenta vender como uma perseguição pessoal. Mencionou abusos para reclamar das investigações sobre articulações golpistas e levantou a bola de uma anistia em seu benefício.

Como ninguém se moveu para limpar sua barra, o ex-presidente tenta mexer um caldo mais quente. Bolsonaro explora a condição de líder político para tirar proveito de um tema que aglutina a oposição. Para isso, recorre a uma especialidade: confundir debate público com situação pessoal, sob a sombra de alguma ameaça com coloração ideológica.

A divulgação de ofícios em que Moraes mandou derrubar páginas no X foi uma triangulação astuta de Elon Musk, deputados americanos e políticos brasileiros. A papelada não prova nada do que a turma gostaria (uma conspiração contra o ex-presidente e seus aliados), mas será usada para manter um estado de mobilização em torno de Bolsonaro.

No trio elétrico de São Paulo, há dois meses, Bolsonaro preferiu segurar a língua sobre Moraes. Aconselhado por aliados como Michel Temer, o ex-presidente pregou pacificação para evitar o que seria uma resposta dura do STF. Desta vez, ele vai em direção a Copacabana pintando o ministro como um ditador.

A liberdade de expressão que Bolsonaro pretende levar como bandeira para a manifestação de domingo (21) nunca foi tratada pelo ex-presidente como um princípio nobre, mas como uma ferramenta para ampliar ou conservar o poder —seja na distorção de uma emergência de saúde pública, seja na criação de condições para um golpe de Estado.

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