Bolsonaro reúne milhares na Paulista, nega trama golpista e pede anistia e pacificação

Ex-presidente critica penas pelos ataques de 8/1 e aponta 'abuso' de alguns mas sem citar o STF neste momento

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em manifestação de apoio a ele na avenida Paulista

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em manifestação de apoio a ele na avenida Paulista Danilo Verpa/Folhapress

São Paulo

Acuado diante de investigações em torno de uma trama golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu milhares de apoiadores neste domingo (25) na avenida Paulista, em São Paulo, e fez um discurso no qual maneirou a conhecida agressividade contra o STF (Supremo Tribunal Federal), disse buscar a pacificação do país e pediu anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

Ao longo de sua fala, toda de improviso, o ex-presidente também reclamou do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por estar inelegível, criticou o STF pelas penas impostas aos que participaram dos ataques de 8 de janeiro, agradeceu aos presentes, lembrou da facada que sofreu e fez um balanço de seu governo.

Bolsonaro também reclamou do "abuso por parte de alguns que trazem a insegurança para todos nós".

O ex-presidente fez ataques ao presidente Lula (PT), sem citar o petista, disse que tem levado "pancadas" e falou em "perseguição" imposta contra ele, especialmente após ter deixado a Presidência. Neste momento, criticou a imprensa em geral e disse que jamais participou de uma trama golpista em 2022.

"O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil", disse. "Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência", disse o ex-presidente, ao admitir a existência de um texto nessa linha.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

A investigação da Polícia Federal que mira Bolsonaro tem como uma de suas bases mensagens e delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência da República.

Outros elementos ainda em fase de investigação são a reunião de teor golpista na qual, em julho de 2022, o então presidente sugere formas para atacar o sistema eleitoral e, já após a eleição, o papel dele na elaboração de uma suposta minuta de decreto na qual seria fundamentado o golpe de Estado.

Fora esses pontos que vieram à tona em recente operação da PF, Bolsonaro coleciona uma série de evidências anteriores de tom golpista.

O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, por exemplo, e é alvo de diferentes outras investigações no STF. Neste momento, ele está inelegível ao menos até 2030.

O ato deste domingo na Paulista atraiu milhares de pessoas. Ao menos quatro quarteirões da Paulista ficaram superlotados. Havia bolsonaristas, mais espalhados, em cerca de um total de dez quarteirões da avenida.

A Secretaria da Segurança Pública do governo Tarcísio e a Polícia Militar, subordinada à pasta, bateram cabeça sobre a estimativa de público no ato. Secretaria informou que a polícia estimou 750 mil presentes, já a PM disse que não foi responsável pelo cálculo.

Bolsonaro, protegido por um colete à prova de balas e de escudos posicionados por seus seguranças, fez a sua declaração ao público em cima de um trio elétrico ao lado de aliados como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca o apoio do ex-presidente para as eleições deste ano.

Também estiveram no ato os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Ronaldo Caiado (Goiás) —todos aliados que disputam o espólio eleitoral de Bolsonaro.

Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL e também alvo da PF sobre a trama golpista, esteve horas antes na Paulista e fez apenas uma rápida saudação ao público. Segundo decisão do STF, ele e Bolsonaro não podem conversar durante as investigações.

Coube a Malafaia o discurso mais duro da tarde. Ele fez críticas ao STF, ao TSE e à atuação do ministro Alexandre de Moraes durante as eleições de 2022, além de ter feito insinuações sem provas sobre um suposto papel do presidente Lula no ataque de 8 de janeiro, organizado por bolsonaristas em 2023.

Malafaia foi o principal organizador do ato. Ele não é investigado pela PF em torno da trama golpista. Tanto que ao final de sua fala fez uma provocação ao STF e disse não ter medo de ser preso.

O ato foi aberto com uma oração feita pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Entre os que também discursaram, estiveram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO).

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição em São Paulo, não discursou e ficou em uma posição discreta no carro de som.

Michelle foi a primeira a discursar. Ela chorou no início de sua fala, falou em sofrimento dos aliados de Bolsonaro e chamou a todos de "povo de bem". Disse ainda que sua fé tem sido renovada diante do que chama de "injustiças" contra o seu marido.

Durante a manifestação, as bandeiras de Israel foram onipresentes. Item obrigatório entre os camelôs, a bandeira do país foi escolhida pelo ex-presidente no primeiro aceno ao público em cima do trio elétrico.

Apoiadores de Bolsonaro exibem bandeiras de Brasil e Israel na avenida Paulista
Apoiadores de Bolsonaro exibem bandeiras de Brasil e Israel na avenida Paulista - Eduardo Knapp/Folhapress

O ato deste domingo teve como objetivo demonstrar força política de Bolsonaro e pressionar o STF, que tem autorizado prisões e buscas em torno da investigação contra o ex-presidente e seus aliados, entre militares e ex-ministros do governo.

Bolsonaro, que acumulou declarações golpistas ao longo de seu mandato, teve como preocupação ao longo da semana que seus apoiadores não levassem à Paulista faixas e cartazes de ataques especialmente contra o STF, o que foi respeitado durante o ato deste domingo.

A estratégia foi a de minimizar tensões com o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes, alvo principal do ato e que preside inquéritos que podem resultar em novas condenações para Bolsonaro.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro frequentemente criticou o STF, utilizando termos como "politicalha", "acabou, porra", além de acusar o tribunal de ter ligações com o PT e de ativismo político. Os ataques se intensificaram a partir de 2020, durante a pandemia da Covid-19.

Em eventos anteriores, além de criticar o STF e o Congresso, apoiadores de Bolsonaro também exibiram faixas e cartazes apoiando a ideia de um golpe de Estado no Brasil e enaltecendo a ditadura militar que ocorreu entre 1964 e 1985.

Na decisão em que autorizou as prisões de aliados do ex-presidente no início do mês, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que já está comprovada a prática de crimes contra a democracia e associação criminosa.

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.

Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou seus aliados no início do mês.

Leia a íntegra do discurso:

Meu Deus, esse povo brasileiro não merece estar vivendo por esse momento. Hoje, tão poucos, pouquíssimos, causam tantos males a todos nós. Nós sabemos que o mal não é eterno. Mas lá, na caixa de ferramenta, que é a Bíblia cristã, está escrito que nós devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance. Quando não for mais possível, entreguemos nas mãos de Deus.

Nós ainda podemos fazer muito pela nossa pátria. A liberdade é um bem maior. Mas ao longo dos meus 4 anos de presidente da República, nós aprendemos que esse bem não é pétreo. Não é eterno. Como um grande amor, todos os dias você tem de se preocupar com a sua liberdade.

Lembro lá, nos dias de 2018, no dia meia dúzia de setembro [6.set.2018], em Juiz de Fora [MG], cidade do nosso governador [Romeu] Zema, eu fui covardemente agredido. Um cara, ex-filiado ao Psol me esfaqueou. Eu lembro muito bem, fui muito bem atendido por médicos e enfermeiros de Juiz de Fora. Depois vim para o [Albert] Einstein aqui em São Paulo. Nas mãos do doutor Macedo, outro milagre.

Logicamente que devo minha vida a Deus. Mas me lembro muito bem, naqueles momentos de rara lucidez, eu pedia apenas uma coisa a Deus: que ele não deixasse órfã a minha filha Laura, com então 7 anos de idade.

Por que eu falei isso? Porque quando falamos em Estado Democrático de Direito, quando ele não é respeitado, nós fabricamos, ou melhor, aquela minoria fabrica órfãos de pais vivos. É lamentável o que vem acontecendo. O abuso por parte de alguns, que trazem a insegurança para todos nós.

Quem sou eu? Eu sou igual a vocês. Só que do lado em direção a Curitiba, da pequena cidade de Eldorado paulista. Talvez 4.000 habitantes. Mas ali eu me criei. Ali, conheci a luta armada em 1970. Onde foi executado pela esquerda, a pauladas, o tenente da Força Pública de São Paulo Alberto Mendes Júnior.

Quis o destino que eu entrasse na carreira das armas. Cursasse a Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, a Academia Militar em Resende [RJ] e saísse mundo afora. Minha última unidade de combate foi na longínqua Nioaque, [no] Mato Grosso do Sul. Dali voltei para o Rio e entrei em uma campanha de vereador. Sem nada, consegui me eleger. Depois, me elegi deputado federal. Fiquei por 28 anos dentro da Câmara, muitas vezes, discursando para as paredes. Mas sentia que algo estava por acontecer.

Em 2014, disse que seria presidente da República lá no sagrado pátio das Agulhas Negras em Resende. E aconteceu. E eu tinha que fazer algo diferente do que sempre fizeram pelo Brasil. Escolhi, após a posse, ministros técnicos e combatentes. Muitos consagrados na política, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O homem que pegou um orçamento minúsculo e fez grandes obras pelo país. E não foram só obras de infraestrutura, não. Obras em portos e aeroportos, que são de infraestrutura, mas obviamente fora da área de PRS.

Escolhi também, acabou de sair daqui, o [senador] Marcos Pontes, o ministro de Ciência e Tecnologia, que orgulha o Brasil, inclusive, fora da nossa pátria. Tivemos a [senadora] Tereza Cristina na Agricultura. Nosso agronegócio é um exemplo e é algo que orgulha todos no Brasil. Inclusive, durante meus 4 anos, o MST não apareceu, não deu as caras. Porque nós titulamos, para mais de 400 mil pessoas, o seu pedaço de terra. Deixo claro, 80% dos títulos foram para as mãos das mulheres.

Assumimos 2018 e 2019. Aprovamos com o Parlamento brasileiro a Lei de Liberdade Econômica. Entramos em 2020. Lamentavelmente a pandemia apareceu. Um sinal de interrogação para todo mundo como, em parte, ainda é no dia de hoje. Fizemos o possível para atender a todos do Brasil. Demos auxílio emergencial para 68 milhões de pessoas. E as mulheres, mães, recebiam o dobro desse valor.

Muita coisa foi aprovada, como programas do Pronampe [linha de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte], cuja iniciativa foi do então senador Jorginho Mello, atual governador do Estado de Santa Catarina. Também, mais para o final do ano, aprovamos o Bolsa Família. O governo anterior paga, em média, R$ 190. Nós pagamos R$ 600 com responsabilidade fiscal, com ajuda do Parlamento. Tendo em vista a inflação no mundo todo, aprovamos, não a redução, mas a total isenção total de combustíveis no Brasil.

Em São Paulo, no final de 2022, a gasolina ficou abaixo de R$ 5 e o etanol ficou na casa dos R$ 2,50. Com esses ministros, como o João Roma, que está aqui, que cuidou dessa parte do social, nós fizemos o Brasil crescer. O Paulo Guedes foi um gigante na economia. Nós chegamos a crescer mais do que a China. Chegamos a ter em 2022 3 meses de deflação em nossa pátria. Chegamos no final do ano, depois daquela coisa que aconteceu em outubro de 2022. E vamos considerar isso uma página virada na nossa história, porque nós sabemos o que precisa ser feito para o futuro. Para que todos não tenham dúvidas da transparência daquilo que nós devemos ter. E em especial quando se elege um representante nosso.

Terminamos 2022. Deixamos lá um saldo de R$ 54 bilhões. No ano passado, tivemos um deficit na casa dos R$ 180 bilhões. Mas a minha vinda aqui, como eu convidei vocês, e eu estou muito orgulhoso e grato de vocês terem aceito meu convite, que era para nós termos uma fotografia para o mundo. É uma amostra das cores da nossa bandeira. Do quanto nós nos emocionamos quando cantamos o Hino Nacional ou quando vemos hastear a nossa querida bandeira verde e amarela, azul e branca.

Com isso, mostramos, com essa fotografia, que nós podemos até ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas, não conseguimos entender como existe um presidente sem o povo ao seu lado. Vocês nos trazem esperança, nos trazem a garra, nos trazem a certeza que temos como vencer. Nós não queremos o socialismo para o nosso Brasil. Nós não podemos admitir o comunismo em nosso meio. Nós não queremos ideologia de gênero para os nossos filhos. Nós queremos respeito à propriedade privada. Nós queremos o direito à defesa à própria vida. Nós queremos o respeito à vida desde a sua concepção. Nós não queremos a liberação das drogas em nosso país. Mas para isso nós devemos trabalhar todo dia dentro de casa, no trabalho, com os vizinhos e com os amigos.

Nós sabemos, então, o que foi o período de 2019 a 2022. E estamos conhecendo agora como está difícil vencer nesse país, com o que nós temos a nos governar no momento. Em último assunto, que é de extrema importância. Levo pancada desde antes das eleições de 2018. Passei 4 anos perseguido também enquanto presidente da República. E essa perseguição aumentou a sua força quando deixei a Presidência da República. E deixo claro: na transição fizemos a mesma [coisa] sem qualquer reclamação por parte da esquerda.

Saí do Brasil e essa perseguição não acabou. É joia. É a questão de importunação de baleia. É dinheiro que seria mandado para fora do Brasil. É tanta coisa que eles mesmos acabam trabalhando contra si. A penúltima agora: ‘Bolsonaro queria dar um golpe’. Isso, desde que assumi em 2019, já ouvia. E parte da imprensa sempre reverberava isso. O que é golpe? Golpe é tanque na rua. É arma. É conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. E fora isso, por que ainda continuam me acusando de um golpe?

Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição. Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio.

O 2º passo do decreto do estado de sítio, após o presidente ouvir os conselhos, ele manda uma proposta para o Parlamento. E essa proposta é analisada pelo Parlamento. E é o Parlamento quem decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio. O estado de defesa é semelhante. Ou seja, agora quem entubar a todos nós que um golpe usando dispositivos da Constituição, cuja palavra final quem dá é o Parlamento brasileiro, estava em gestação. Creio que está explicada essa questão.

"Teria muito a falar. Tem gente que sabe o que eu falaria. Mas eu busco, [governador Ronaldo] Caiado, é a pacificação. É passar uma borracha no passado. É buscar maneiras de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro, Nikolas [Ferreira], [Gustavo] Gayer, [Luciano] Zucco, [Marco] Feliciano, meus colegas aqui do lado. É [por] uma anistia para que eles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Há conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil.

Agora, nós pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores, um projeto de anistia para que seja feita justiça em nosso Brasil. E quem, porventura depredou o patrimônio, que nós não concordamos com isso, que pague. Mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade. Nós não podemos entender o que levou poucas pessoas a apelarem tão drasticamente. Esses pobres coitados que estavam lá no 8 de Janeiro de 2023.

A defesa que eu queria já fiz para vocês. Essa fotografia vai rodar o mundo, tenho certeza disso. E após esse pronunciamento, nós pedimos a Deus que ilumine a todos, até aqueles poucos ou raros que não gostamos. Para que voltem a pensar com o coração, com a razão. Para que possamos fazer com que nosso Brasil prossiga na sua marcha. Agora temos eleições municipais, vamos caprichar no voto, em especial, para vereadores e prefeitos também. E nos preparemos para 2026. O futuro a Deus pertence.

Nós sabemos o que deve ser feito no futuro para que o Brasil tenha um presidente que tenha Deus no coração, que ame a sua bandeira, que se emocione quando canta o hino nacional. Que respeite a família brasileira e que ame, de verdade, o seu povo. Vocês são os responsáveis por mim e pelo Tarcísio estarmos aqui. Nós somos privilegiados. Se bem que, no momento, ele, porque eu não tenho mandato. Porque nós podemos decidir o futuro de todos vocês.

Também quero dizer que nós não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja. A não ser que seja por um motivo extremamente justo. Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando os opositores do cenário político. Então, a todos vocês, meus irmãos e minhas irmãs, meus amigos, eu quero agradecer a vocês. Agradecer a nossa Polícia Militar que está fazendo o trabalho de segurança. Uma salva de palmas para a Polícia Militar. Nossos irmãos, que oferecem a sua vida pela nossa vida, merecem todo nosso respeito e consideração. Também a Polícia Civil que está por aqui e a Guarda Metropolitana do [prefeito] Ricardo Nunes que está se fazendo presente aqui.

Quero dizer para vocês que nós homens não vamos a lugar nenhum se você não tiver uma família estruturada. Se não tiver alguém do seu lado, que reconheça os momentos difíceis e lute por você. As perseguições que falamos há pouco continuam. Inclusive, contra a nossa filha que tem apenas 13 anos de idade. Então, todo homem tem que ter do seu lado alguém que some. Assim como toda mulher deve ter ao seu lado alguém que some, para que esses momentos difíceis possam ser superados. E hoje, não é por mim. Por coincidência, meu pai faleceu exatamente com minha idade, 68 anos. Tenho, hoje, 68 anos. Estou ultrapassando o tempo que meu pai viveu. E eu tenho uma boa memória, com toda a sua truculência, com toda a sua maneira de educar seus filhos, mas ele está no meu coração. E o que eu quero e que mais peço a Deus é que continue no coração de vocês o meu trabalho. A minha dedicação nada mais é do que servir a minha pátria e a todos vocês.

Muito obrigado, povo do Brasil. Muito obrigado, homens e mulheres desse Brasil fantástico e maravilhoso. Nós pedimos a Deus que nos dê forças para trabalhar, para persistir e vencer. Não há vencedores ou vencidos. Todos nós seremos vencedores se a paz de Deus reinar sobre o coração de cada um de nós. Muito obrigada, [avenida] Paulista, muito obrigado, São Paulo, muito obrigado, Brasil. Brasil acima de tudo e Deus acima de todos. Um até breve. Um beijo nas mulheres e um abraço nos homens.

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