Siga a folha

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Marçal deve sua candidatura a aliado que diz ter elo com PCC

Seria ilusão acreditar que presidente do PRTB abriria mão de influência na prefeitura em caso de vitória

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

Pablo Marçal deve sua candidatura a um sujeito que se vangloria de suas conexões com o crime organizado. Leonardo Avalanche, presidente do PRTB, é um nome desconhecido, mas carrega uma bagagem pesada. Embarcou num avião com suspeitos de integrar o PCC e foi gravado dizendo que ajudou a libertar um chefe da quadrilha.

Avalanche não é uma peça qualquer nessa empreitada eleitoral. Ele tomou o controle do PRTB no início do ano e pavimentou o caminho para Marçal. O próprio ex-coach reconheceu que, sem o acordo com a sigla, não estaria na disputa. "Eu não escolhi o partido. Foi o único que teve para entrar", disse, na GloboNews.

O presidente da legenda ofereceu um produto valioso. Sufocou dissidências, trocou o comando da sigla e facilitou a aprovação da candidatura. Uma ex-dirigente disse ter sido ameaçada de morte para entregar o cargo que ocupava. O registro de Marçal na disputa foi chancelado por gente que, até a chegada de Avalanche, nem era filiada ao partido.

Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, ao lado de Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB - Redes Sociais

Marçal fez carreira com a venda de terrenos na Lua. Agora, ele quer convencer o eleitor de que, desta vez, foi feito de otário por outros malandros. O ex-coach afirmou desconhecer ligações de Avalanche com criminosos, disse nunca ter ouvido falar de outros nomes da sigla vinculados ao PCC e sugeriu que o presidente do partido se afastasse.

Mesmo que Avalanche topasse o conselho, o controle do partido permaneceria em suas mãos. O dirigente fez um investimento em São Paulo, com Marçal como principal ativo, e vai em busca de retorno. Seria ilusão acreditar que o presidente da sigla abriria mão de cargos e influência na prefeitura em caso de vitória.

Marçal descreveu as conexões de Avalanche e outros dirigentes como um constrangimento. Foi uma péssima declaração de inocência. O PCC tem um projeto de poder que depende do acesso às máquinas governamentais. Uma porta aberta na maior cidade do país seria muito mais grave do que um embaraço capaz de ferir a vaidade de um candidato.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas