Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu São Paulo Governo Lula

As chances de Guilherme Boulos na eleição para prefeito de São Paulo

Deputado em base sólida e trilha para no 2º turno, mas precisa de colchão mais robusto

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Brasília

A cada dia, a presença no primeiro pelotão das pesquisas oferece um pouco menos de conforto para Guilherme Boulos. O deputado tem uma base sólida, e a dinâmica da disputa oferece uma trilha para o segundo turno. Mas a demora para ganhar musculatura em certos redutos pode dificultar sua vida dali por diante.

A campanha de Boulos aposta uma quantidade enorme de fichas na dobradinha com Lula. Até agora, houve ganho modesto de terreno: menos da metade (44%) dos eleitores do petista em 2022 declaram apoio ao candidato do PSOL. A taxa vai começar a crescer depois que a propaganda na TV colar as imagens dos dois.

Uma transfusão de votos é crucial para Boulos principalmente entre eleitores de baixa renda. O deputado começou a corrida com desempenho melhor entre os ricos (30%) do que entre os mais pobres (18%).

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, durante debate da Band - Bruno Santos/Folhapress

A parceria com Lula testará alguns fatores. O primeiro deles é a ocupação de parte da base da pirâmide por outros candidatos. Ricardo Nunes tem a máquina da prefeitura a seu favor para segurar votos na periferia. Pablo Marçal também vê sinais de adesão dentro desse grupo.

Uma das esperanças de Boulos está depositada na desidratação de José Luiz Datena. O apresentador tem um voto considerado frágil e participação razoável de eleitores mais pobres. Nada garante, porém, que esses paulistanos vão migrar em massa para o deputado do PSOL.

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Outro teste está ligado à capacidade de Lula de suavizar a imagem de Boulos entre eleitores mais próximos do centro político. O presidente conseguiu apelar a esse grupo para derrotar Jair Bolsonaro na cidade em 2022. Para uma parte desses paulistanos, no entanto, Boulos está (bem) à esquerda de Lula.

O candidato do PSOL precisa terminar o primeiro turno com um colchão robusto de votos lulistas e de eleitores de baixa renda. Boulos dependerá dessa estrutura para segurar uma possível onda de rejeição, caso Nunes esteja do outro lado no segundo turno, ou para enfrentar uma guerra suja contra Marçal.

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