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Os veículos autônomos e os espaços para estacionamento

Cidades devem pensar em ambiente adequado para 'guardar' carros quando eles não estiverem circulando

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Os veículos autônomos estão chegando. Os prognósticos apontam que, em 2040, por exemplo, aproximadamente 80% dos automóveis vendidos nos EUA serão autônomos.

O cenário imaginado é uma frota de veículos sem motoristas, circulando constantemente nas ruas e atendendo às demandas das pessoas por viagens pela cidade. Além do mais, circulando de forma eficiente para chegar aos destinos sem a necessidade de estacionar. Contudo, essa lógica pode não estar absolutamente correta.

A demanda por viagens deve flutuar ao longo do dia. Dessa forma, se quisermos eficiência no serviço, principalmente nas grandes cidades, deveremos ter uma frota com grande número de veículos para atender os horários de pico. Esses veículos terão de estacionar em algum lugar nos horários de baixa demanda, pois não existe razão para que fiquem circulando sem destino.

A grande maioria dos veículos autônomos será movida a energia elétrica. Portanto, os locais de estacionamento para esses carros devem prever estrutura para recarga. Se quisermos eficiência nos deslocamentos, deveremos ter estacionamentos distribuídos por toda a cidade, para abrigar os automóveis fora dos horários de pico. E todos esses locais deverão possuir estrutura de recarga automática e autônoma dos veículos. Além disso, devemos lembrar que, por algum tempo, a frota de automóveis autônomos conviverá com a de modelos atuais de veículos e, consequentemente, deverá existir espaço adequado e suficiente para ambas estacionarem.

Especialistas apontam que a melhor solução para esse problema está no conhecimento amplo de informações sobre o comportamento dos usuários na utilização dos estacionamentos. Isto é, saber, em cada uma das regiões da cidade onde, quando e por quanto tempo as pessoas estacionam. Compreendido esse padrão de comportamento, será possível equacionar um modelo para o estacionamento dos veículos.

Outro aspecto interessante é que os estacionamentos exclusivos para veículos autônomos terão maior capacidade, considerados os mesmos espaços. Nos carros dirigidos, as pessoas precisam de espaço para abrir a porta e sair, o que não acontece com os autônomos. Esses estacionamentos também não precisarão de escadas e elevadores, pois os veículos entram e saem sem a necessidade de usar esses equipamentos.

Pesquisadores da Universidade de Toronto (Canadá) desenvolveram um modelo computacional com capacidade de simular as diversas alternativas de layout para o estacionamento de veículos autônomos, e descobriram que o mesmo espaço poderá acomodar até 87% mais veículos autônomos do que os convencionais. Agora, os pesquisadores estudam como o espaço para o estacionamento de veículos autônomos pode ser mais eficiente, com a adoção de horários programados antecipadamente de entrada e saída desses carros.

Está bastante claro que, se os veículos autônomos não estacionarem fora dos horários de pico, e continuarem circulando, contribuirão para o aumento dos congestionamentos. Segundo Adam Millard, pesquisador do Departamento de Transportes da Universidade da Califórnia, nos EUA, a circulação dos carros autônomos sem destino determinado piora o trânsito e tem custo significativo. Segundo o pesquisador, além das despesas com energia, depreciação, desgaste e manutenção, essa circulação pode custar até 50 centavos de dólar por hora. Seus modelos computacionais sugerem, ainda, que apenas 2.000 carros vazios circulando no centro de São Francisco podem reduzir a velocidade do tráfego em até 3,2 km/h.

Os veículos autônomos são uma realidade e devemos nos preparar para recepcioná-los em nossas cidades, considerando todos os aspectos que surgirão ao incorporá-los nos modais de transporte. Seguramente, planejar e otimizar espaços de estacionamento dos veículos autônomos é uma necessidade dos novos tempos.

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