Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Um passo além das cidades inteligentes

Singapura deve focar tecnologia para ser a primeira nação conectada do mundo

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O mundo caminha na direção de uma urbanização expressiva e aumentam os desafios aos quais nossas cidades estão submetidas, principalmente na área da saúde, das mudanças climáticas, da governança urbana e da justiça social.

Dessa forma, avanços tecnológicos que envolvam a integração dos sistemas físicos, digitais e humanos na ambiência urbana talvez não sejam suficientes para desenvolvermos um futuro urbano próspero, sustentável e inclusivo.

Segundo Barbara Norman, pesquisadora da Universidade de Camberra, na Austrália, será necessária a colaboração em todos os níveis de governo, com parcerias muito bem estruturadas, para lidarmos com os desafios que temos pela frente.

Assistimos ao desenvolvimento de várias megarregiões urbanas com poder e riqueza superiores aos de alguns países, como Hong Kong, Shenhzen-Guangzhou, Nagoya, Osaka, Kyoto e Kobe. Novos modelos de desenvolvimento, com escala de planejamento territorial diferente da que estamos acostumados, deverão requerer formas inovadoras de estruturar esses novos espaços que, inevitavelmente, impactarão o papel e a função das cidades integrantes dessas megarregiões urbanas.

De acordo com Norman, mesmo que as cidades cresçam e se tornem mais independentes economicamente, em função da geração de riquezas relacionadas ao seu desenvolvimento, continuarão fazendo parte de um complexo sistema social e ambiental, que seguirá sendo influenciado por ações e atitudes dos níveis mais elevados de governo. Enquanto as cidades podem ser responsáveis por uma grande quantidade de ações locais, continuarão dependendo de investimentos governamentais internos voltados à infraestrutura crítica, como energia, defesa, comunicações etc.

Talvez seja possível afirmar que um passo além das cidades inteligentes estarão as nações inteligentes. Tornar um país digital requer transformação transversal em seu território.

Uma nação digital é uma nação conectada, que pode compartilhar informações e inteligência dinamicamente, em tempo real, para prestar serviços e melhorar a qualidade de vida da população. Requer infraestrutura integrada, onde fontes de dados e funcionalidades de softwares são compartilhados.

Para obter eficiências coletivas e dissipar a pressão das expectativas econômicas, sociais e comunitárias que pesam sobre as cidades inteligentes, a evolução para as nações digitais parece indispensável. Isso pode exigir uma transformação estrutural e uma maneira diferente de governar nações formadas por uma densa rede de cidades inteligentes.

Singapura deve se tornar uma das primeiras nações inteligentes do mundo e, para que isso ocorra, segundo seu primeiro ministro Lee Loong, três aspectos são de relevante importância.

Em primeiro lugar, o país deve ter a capacidade de atrair e produzir os melhores engenheiros do mundo na área de tecnologia. Outro aspecto importante é que o país deverá ter mais líderes e administradores com entendimento suficiente de tecnologia, tanto no governo quanto no setor privado. E, em terceiro lugar, a sociedade deve abraçar a ciência e a tecnologia, e não ter medo delas. Lee Long afirma que a nação inteligente deve se apoiar em três pilares principais: governo digital, economia digital e sociedade digital.

Os problemas e o desenvolvimento das soluções para as nações digitais ainda estão em estágio inicial, mas as perspectivas que esse novo modelo de desenvolvimento possa contribuir para o crescimento sustentável são bastante efetivas. Aplicar a tecnologia para resolver problemas reais fará a diferença para a vida das pessoas numa nação inteligente.

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