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Coluna é assinada pelo jornalista e tradutor Daniel de Mesquita Benevides.

Descrição de chapéu Cinema

Baque borbulhante, drinque French 75 fez uma ponta no clássico 'Casablanca'

Poucos coquetéis são mencionados no filme, entre eles a mistura de gim e champagne

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Marrocos, dezembro de 1941. A francesa Yvonne entra no Rick’s Café Américain com um oficial nazista a tiracolo, após ter sido dispensada por Rick Blaine (Humphrey Bogart), dono do ponto de encontro de refugiados da guerra. Grita pelo bartender Sascha, um russo com cara divertida de pilantra, e pede “uma fileira de French 75”. Seu companheiro certamente não sabe que aquele drinque foi batizado com o nome de um canhão francês da Primeira Guerra. E muito menos que, reza a lenda, os soldados bebiam nas trincheiras usando os cartuchos de munição como taças.

O drinque French 75, feito com gim e champanhe - Folhapress

Lançado em 1942, “Casablanca” é forte candidato a filme em que mais se bebe no cinema. E não estamos falando de água, ainda que o deserto cerque a cidade do título. Muitos ali enchem a cara para enganar a ansiedade, enquanto esperam fugir para as Américas.

No entanto, poucos coquetéis são mencionados, o que leva a imaginação a flutuar na bruma etílica. Victor Laszlo, o valente líder da resistência, bebe uma misturinha de champanhe e pede um Cointreau para sua bela esposa, Ilsa Lund (Ingrid Bergman). Blaine e o pianista Sam gostam de um Bourbon straight, sem gelo. Coisa de macho antigo em pose estoica de dor amorosa. O cínico dono do lugar parece estar sempre uns degraus acima dos demais na escala alcoólica (e um degrau acima de La Bergman, por causa de um caixote de madeira, que Bogart era obrigado a usar).

É nesse contexto de intrigas internacionais que o French 75, drinque a um só tempo forte e suave, se destaca. Uma primeira versão (o “soixante-quinze”) foi criada em 1915 pelo bartender do New York Bar, em Paris, Harry MacElhone, que usava Calvados, absinto e grenadine. A receita mais conhecida, porém, surgiu 15 anos depois, publicada no “The Savoy Cocktail Book”, bíblia dos libadores da era da Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933).

Rumores revelam ainda que o escritor Charles Dickens já havia usado um mix de gim, limão e champanhe para receber os amigos durante uma visita a Boston, em 1867. Verdade ou não, a receita ficou e muitos viraram adeptos do efeito sugerido pelo nome: um delicioso baque borbulhante.

*

COMO FAZER

Ingredientes

• 45 ml de gim
• 30 ml de suco de limão
• 15 ml de xarope de açúcar (uma porção de açúcar para uma porção de água)
• 90 ml de champanhe

Passo a passo
Bata o gim, o suco e o xarope com gelo em uma coqueteleira. Depois, transfira para uma taça flûte ou para um copo alto com gelo moído. Cubra com champanhe e use uma casca de limão como adereço, torcendo-a levemente para aromatizar

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