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Com votos decisivos, oposição garante sobrevida ao governo Bolsonaro

PEC dos Precatórios foi aprovada no Senado com votos de cinco integrantes do PT

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São quase 36 meses de Bolsonaro no Palácio do Planalto, o que significa quase 75% do mandato para o qual o presidente foi eleito. Com exceção da CPI da Covid, a oposição teve poucos momentos de protagonismo no atual governo.

Pior. Recorrentemente, partidos de esquerda ajudam a salvar o governo do precipício. Para pegar um exemplo recente, a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios foi aprovada no Senado com votos de cinco dos seis integrantes da bancada do PT.

O episódio levou o presidenciável Ciro Gomes (CE), do PDT, a dar declarações curiosas à coluna Painel. Ciro, que busca se vender como opção à polarização entre Lula e Bolsonaro, acusou o petista de dar força "para a candidatura moribunda do Bolsonaro se manter acesa".

Seria uma leitura política válida —sem entrar no mérito da miopia que é defender a rejeição de uma PEC que libera recursos para famílias pobres só para prejudicar o governo. Seria, não fosse o PDT de Ciro o partido que deu os votos decisivos na Câmara para que a proposta chegasse ao Senado.

Na votação do primeiro turno, o partido deu 15 votos favoráveis ao texto. A PEC foi aprovada por 312 votos, só quatro a mais que o mínimo necessário. O que permite dizer com segurança que a proposta cuja aprovação Ciro atribui agora ao PT foi, na verdade, viabilizada pelo seu PDT.

No outro tiro que deu, quando acusou o partido de Lula de ter dado o "voto decisivo para o absurdo orçamento secreto", o pedetista acertou. Afinal, o voto do senador Rogério Carvalho (SE) efetivamente desempatou a votação que regulamentou as emendas de relator, moedas de troca do governo.

De resto, é de se fazer coro ao presidenciável do PDT e se perguntar até que ponto essa "ajuda amiga" do PT não seria uma estratégia para levar Bolsonaro ao segundo turno, cenário em que uma vitória da oposição é tida como mais segura do que com o ex-juiz Sergio Moro, recém-filiado ao Podemos.

Bolsonaro, Lula e Moro - Ueslei Marcelino/Reuters, Marlene Bergamo/Folhapress e Evaristo Sá/AFP

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