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Falando economês

Pensar como economista pode ser circunscrito a fáceis e óbvios princípios

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Economia é simples. Pensar como um economista pode ser circunscrito a fáceis e até mesmo óbvios princípios.

Considere dois deles:

1. Muito o que de fato queremos é escasso. Ter algo desse bem escasso é tirar alguma coisa de alguém. O presidente argentino, Javier Milei, que é professor de economia, está tentando ensinar isso aos argentinos, mas essa é uma lição que seus alunos tendem a descrer desde Juan Perón. A propósito, essa é uma lição na qual os brasileiros e os ianques tampouco acreditam. Vejam as suas dívidas domésticas, os seus débitos pessoais ou a maneira infantil como vão às urnas. "Podemos ter tudo. Lula ou Donald nos disseram isso", afirmam.

2. Todo ato em sociedade tem dois lados, no mínimo. Se barões da droga da América Latina querem vender heroína, é porque alguns ianques devem querer comprá-la. A quem culpar? Se mercadinhos cobram mais caro pela carne durante os períodos de inflação, produtores devem vendê-la às lojas por preço mais alto, e os consumidores, por sua vez, devem estar dispostos a pagar. A quem isso ajuda?

Se você considera as coisas dessa forma, você pensa como um economista, algo que todo professor dessa disciplina quer que você seja. Eu quero. Milei também.

Note, além disso, que esses dois exemplos, e tantos outros, correspondem a princípios físicos.

A primeira Lei da Termodinâmica estabelece que energia não pode ser criada, algo que a economia ensina ao dizer que não há almoço grátis.

O custo de oportunidade prevalece. A terceira Lei de Newton prescreve que para cada ação há uma reação oposta. Todo acordo tem dois lados. Não há gasto sem receita.

Pensar como um economista é, portanto, uma maneira realista e adulta de ver o mundo. Os economistas homens se deliciam com sua força, e isso também vem da física. Vivas para nós, dizem.

Mas, espere. O economista austríaco-americano Fritz Machlup uma vez perguntou: com o que a física se pareceria se os átomos pudessem falar como humanos? Bem, neste caso você estaria no reino dos brasileiros, argentinos e ianques dos dias de hoje. Não estaria pensando como um economista. Seria, contudo, ainda verdade que muitas coisas escasseiam.

Mas de pronto um átomo desses logo se colocaria em marcha para persuadir o colega para se engajar, digamos, no movimento browniano, ou na divisão entre eles, ou em outras coisas que os átomos fazem.
Isso seria "humanomics". Um cenário difícil, mas bastante realista.


Tradução Paulo Vieira

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