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Dora Kramer

Demora ministerial

Astuto, Lula procrastina reforma para suavizar efeito da entrada do centrão no governo

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Há quem considere que o presidente da República tenha errado ao deixar seus ministros anunciarem a dita reforma ministerial para em seguida ele mesmo procrastinar o ato formal da atração de deputados da chamada oposição.

Luiz Inácio perdeu o "timing", dizem nas entranhas do Congresso os mais impacientes. Mas Lula, em sua astúcia, pode ter optado por dar esse enorme tempo ao tempo no intuito de normalizar a entrada do centrão no governo.

O presidente Lula e a ex-ministra do Turismo, Daniela de Souza Carneiro - Pedro Ladeira/Folhapress - Folhapress

Tivesse batido o martelo lá atrás, em meio à demissão da então ministra Daniela Carneiro, do Turismo, provavelmente seria alvo de pesadas críticas devido à adesão ao fisiologismo explícito, ao toma lá dá cá de raiz.

Hoje, transcorridos três meses entre intenção e gesto, ninguém mais estranha. Ao contrário, exige-se de Lula ligeireza na execução do lance. O que antes renderia desaprovação, agora produz cobranças pela imediata materialização da manobra de cunho pragmático, pensada para conquistar votos no Parlamento a projetos de interesses do Planalto.

Resolvido o problema da grita negativa, pelo visto o presidente não tem pressa. E, nesse aspecto, atende às demandas da direção do PP e da mais ilustre figura do Republicanos, o governador Tarcísio de Freitas, que são contra a entrada de seus partidos na base governista.

Dessa forma, Lula dá espaço para que eles marquem suas posições. Faz isso sem alterar o projeto de cooptação de opositores pontuais, cujo combinado não inclui que a mudança de oposição para situação se estenda aos palanques eleitorais.

Uma coisa são as votações no Congresso onde houver concordância doutrinária. Nessas, o governo terá votos até dos infiéis. Outra coisa será a posição deles nos temas em que a questão ideológica distancie as altezas daquelas legendas dos desejos palacianos.

Aí haverá de ser cada um por si e o deus do eleitorado por todos em nome da sobrevivência dos respectivos mandatos.

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