Siga a folha

Jornalista e comentarista de política

Ladrões sem casaca

Bolsonaro protagonizou esquema mequetrefe de apropriação indevida e abuso do poder

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A canoa de Jair Bolsonaro virou, e foi ele quem deixou ela virar, conforme atestam os fatos e agora dois de seus comparsas na trajetória de ilicitudes que fatalmente o levarão à prisão. Mauro Cid e Walter Delgatti resolveram dar com a língua nos dentes a fim de atenuar os danos às respectivas peles.

Quando começa assim, o efeito dominó é inevitável. Outras confissões apontando o ex-presidente como mandante dos crimes contra a saúde pública, o Estado de Direito, o sistema eleitoral e a reputações alheias virão.

O ex. presidente Jair Bolsonaro no aeroporto de Brasília - Gabriela Biló /Folhapress - Folhapress

Os dias de liberdade de Bolsonaro estão contados. A ele resta a esperança de que seja visto como vítima de perseguição e, lá na frente, possa dar a volta por cima. Mira-se no exemplo de Luiz Inácio da Silva sem, no entanto, levar em conta as abissais diferenças entre as figuras e as circunstâncias de um e de outro.

O hoje presidente da República, depois de ter passado 580 dias preso, jamais produziu as provas que o antecessor fabricou contra si. Lula foi acusado de ter sido favorecido por um intrincado e até sofisticado esquema de corrupção envolvendo empresários amigos e políticos aliados. Safou-se em função de procedimentos indevidos, mudanças de regras e de entendimentos na Justiça.

Já Bolsonaro protagonizou projeto mequetrefe de apropriação indevida do poder, cuja execução foi entregue a operadores igualmente chinfrins.

Um presidente que abre as portas do Palácio, do Ministério da Defesa e do próprio partido a um estelionatário pago por uma deputada amalucada, e ainda manda o ajudante de ordens vender presentes de Estado para embolsar um dinheiro, não dá margem a qualquer dúvida razoável sobre sua culpabilidade, fechando o caminho de eventuais brechas legais.

Jair Bolsonaro subestimou a República, fez pouco do Brasil, desdenhou da solidez das instituições, menosprezou instâncias de controle e investigação. Por isso se vê na iminência de pagar pelas pragas que rogou ao país.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas