Jornalista especializado no setor automotivo.
Combustível mais caro estimula disputa por posto de carro elétrico mais barato
Caoa Chery iCar estreia com preço sugerido de R$ 140 mil
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Após interromper a produção em sua fábrica de Jacareí (interior de São Paulo) e confirmar a montagem de veículos híbridos em Anápolis (GO), a Caoa Chery aproveita as alternativas disponíveis na China e entra no segmento de carros 100% elétricos com o iCar.
Seu lançamento ocorreu nesta segunda (13). Quatro dias depois, a Petrobras anunciou um reajuste de 5,18% no valor da gasolina e de 14,26% no preço do diesel.
É a disputa do momento no mercado automotivo: enquanto os combustíveis ficam mais caros, qual montadora será capaz de oferecer o veículo 100% elétrico com preço mais em conta?
O diminuto iCar ocupa o posto neste momento, com valor sugerido de R$ 140 mil. É um veículo pensado para o uso urbano e traz as principais comodidades: ar-condicionado, direção com assistência elétrica e câmbio automático. Segundo a marca, há espaço para quatro ocupantes.
A potência é de aproximadamente 60 cv, com velocidade máxima estimada em 100 km/h.
Seus concorrentes diretos são o Renault Kwid E-Tech (R$ 147 mil) e o JAC E-JS1 (R$ 159,9 mil), igualmente produzidos na China. Em comum, as marcas destacam a redução dos gastos com abastecimento.
"Os veículos da linha [elétrica] possibilitam um baixíssimo custo por km rodado, até seis vezes inferior ao do modelo similar com motor a combustão, dependendo da tarifa de energia elétrica de sua cidade", diz o texto exibido em destaque no site da JAC Motors.
"Vimos uma forte demanda do cliente pessoa física na pré-venda do Kwid E-Tech, atraído pela autonomia de 298 km, pela facilidade de carregamento e também pelo custo por km rodado, oito vezes mais econômico que um veículo térmico equivalente", afirma, em nota, Bruno Hohmann, vice-presidente comercial da Renault do Brasil.
No material de divulgação do iCar, a Caoa Chery destaca o potencial do Brasil para receber os carros elétricos. "Referência mundial em energia limpa e renovável, com fontes hídricas, eólicas, solares e de biomassa, o país tem o cenário ideal para o desenvolvimento de novas formas de mobilidade, mais sustentáveis e econômicas."
Ou seja, o apelo ao bolso está presente em todas as comunicações das marcas que comercializam veículos movidos a eletricidade. As altas dos preços dos combustíveis estimulam essa estratégia, mas não há como fugir: pelo que oferecem em espaço e versatilidade, esses subcompactos recarregáveis em tomadas ainda custam caro.
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