Após Ford, General Motors e Tesla, chega a vez de outra gigante norte-americana apresentar sua picape elétrica igualmente grande.

A RAM 1500 Revolution BEV Concept é uma das principais atrações do grupo Stellantis na CES, feira de tecnologia realizada em Las Vegas. O modelo traz portas do tipo "saloon" (se abrem em sentidos opostos) e interior com espaço de limusine.

Embora o estilo seja diferente, essa vastidão da cabine já é conhecida pelos donos de picapes da marca no Brasil.

As versões a diesel (2500 e 3500) e a gasolina (1500 Rebel e Classic) disponíveis no mercado nacional custam entre R$ 350 mil e R$ 530 mil. Embora sejam valores elevados, há filas de espera pelos utilitários importados do México. Cerca de 5.000 unidades foram vendidas ao longo de 2022.

O público-alvo é a camada mais próspera do agronegócio brasileiro. São veículos de consumo alto, mas de boa autonomia devido a tanques de combustível com 100 litros de capacidade.

Difícil imaginar que os consumidores desse modelo também farão fila para adquirir a futura versão elétrica, cujo preço deve se aproximar de R$ 1 milhão. Isso, é claro, se essa opção chegar ao Brasil. Nos EUA, o lançamento está previsto para 2024.

O desenho é bem diferente do visto nas picapes RAM atuais. Não há grade frontal avantajada ou cromada, e os faróis são emoldurados por frisos grossos com LEDs.

Os retrovisores foram substituídos por câmeras e telas. O painel central sensível ao toque traz um monitor que, ao ser aberto, tem 28 polegadas.

Além da caçamba, há um porta-malas na parte frontal do conceito. A RAM não disponibilizou muitas informações técnicas, mas é possível estimar o comprimento total em aproximadamente seis metros. Para ajudar nas manobras, as rodas traseiras também esterçam.

Embora a eletrificação seja parte importante da estratégia global do grupo Stellantis, Carlos Tavares, CEO da empresa, não é dos mais entusiasmados com essas tecnologias.

Em uma entrevista realizada nesta quinta (5), logo após a apresentação da picape, o executivo mencionou os custos dessa transição energética, que não podem ser integralmente repassados ao público consumidor.

Para o Brasil, Tavares apontou o carro flex como uma solução eficiente do ponto de vista ambiental, enquanto os 100% elétricos seriam complementares.