Eduardo Sodré

Jornalista especializado no setor automotivo.

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Kia renova produtos, mas depende de maior volume de importação para crescer no Brasil

SUV híbrido Niro é um dos modelos mais interessantes apresentados em 2022

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Poucas marcas são tão resilientes no Brasil como a Kia Motors. Seus carros estão nas ruas brasileiras desde 1992, quando suas vans sul-coreanas começaram a ocupar um espaço até então restrito à Volkswagen Kombi.

Tempos difíceis e períodos de bonança se sucederam desde então, e o lançamento do SUV híbrido Niro pode antecipar um período favorável –desde que haja carros disponíveis para importação.

O primeiro lote —146 unidades trazidas em setembro— foi vendido antes mesmo de chegar às lojas. Contudo, segundo os dados da Abeifa (associação que reúne importadores de veículos), apenas oito carros desembarcaram no Brasil desde então, sendo comercializados em novembro.

Kia Niro é novo modelo híbrido da marca sul-coreana
Utilitário esportivo Kia Niro é novo modelo híbrido da marca sul-coreana - Divulgação

O Niro custa entre R$ 205 mil e R$ 240 mil e é um dos carros mais interessantes apresentados em 2022. Seu principal concorrente no Brasil é o Toyota Corolla Cross Hybrid (de R$ 200,3 mil a R$ 208,4 mil).

O motor 1.6 turbo do Niro trabalha em conjunto com o sistema elétrico. A potência combinada chega a 141 cv, mas o número mais relevante é o torque: 27 kgfm a 4.000 rpm (rotações por minuto). O consumo urbano, segundo o Inmetro, é de 19,8 km/l.

Ao comparar os dados técnicos e as listas de equipamentos, o modelo da Kia leva vantagem sobre o Corolla Cross. Mas só o modelo da Toyota pode ser abastecido com etanol, enquanto o concorrente sul-coreano só "bebe" gasolina.

O mercado automotivo, contudo, não é feito apenas do produto em si. A reputação e a solidez das fabricantes têm peso nas escolhas dos consumidores, e nesse quesito a Toyota leva ampla vantagem no Brasil. Por sua vez, a Kia traz a ousadia e a sensação de modernidade que faltam à rival japonesa.

As 4.829 unidades emplacadas pela Kia entre janeiro e novembro deste ano são pouco expressivas perante o tamanho do mercado nacional. O número parece ainda pior se comparado aos quase 80 mil carros emplacados ao longo de 2011 –ano em que a sobretaxa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) travou o mercado de carros importados.

José Luiz Gandini estava à frente da Abeifa quando houve a mudança na alíquota. O empresário, que representa a Kia Motors no Brasil, viu as vendas de sua marca e das demais associadas despencarem no mesmo ritmo do aumento de preços dos seus carros.

Os anos seguintes foram difíceis: quando a sobretaxa expirou, no fim de 2017, o país seguia mergulhado em uma crise política e econômica. Quando as contas pareciam melhorar, veio a pandemia.

Há uma nova chance de crescer em 2023, embora os números de 2011 sejam um sonho distante. Após um período de lançamentos de pouca repercussão e vida curta no mercado –a exemplo do compacto Rio–, a Kia ganha competitividade com SUVs interessantes como o Niro, o Stonic e o novo Sportage.

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