Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".
Os aloprados de Trump mostraram que a Casa Branca tornou-se uma casa de doidos
Circulou por lá a ideia de usar a pandemia para colocar os EUA sob lei marcial e suspender garantias individuais e a posse de Joe Biden.
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Para quem acha que o Palácio do Planalto é uma usina de crises, os aloprados que assessoram o presidente Donald Trump mostraram que sua Casa Branca tornou-se uma insuperável casa de doidos.
Por quase uma semana, circulou por lá a ideia de usar a pandemia para colocar os Estados Unidos sob lei marcial. Seriam suspensas garantias individuais e a posse do presidente eleito Joe Biden.
Aloprados de palácio são assim mesmo. Propõem maluquices, sabendo que quem corre o risco de sair do prédio numa camisa de força é o titular. Eles se garantem com palestras ou consultorias.
Alcolumbre tonto
O senador Davi Alcolumbre convenceu-se de que seu inferno astral foi produzido pelos acertos que supunha ter feito no Supremo Tribunal Federal. É exagero. Se Macapá ficou sem energia e seu irmão perdeu a prefeitura, o Supremo nada teve a ver com isso.
No fundo, ele esperava que o tribunal declarasse inconstitucional um dispositivo da Constituição. Na forma, Alcolumbre e seus aliados tinham feito as contas. No conteúdo, a dose era cavalar e a receita desandou.
Na mosca
Não importa o motivo que levou os ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes a anunciar que continuarão trabalhando durante o recesso que vai até 6 de janeiro. Eles miraram no que viam e acertaram o que não viram. Com as sessões virtuais, esse recesso é um mimo anacrônico.
A crônica dos litígios que aguardavam o recesso para cair no colo generoso do presidente-plantonista registra incríveis acrobacias às quais os quatro mosqueteiros podem ter dado um fim.
Salto alto
As administrações do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas subiram em saltos altos.
Há algumas semanas, um dos hierarcas de Doria disse numa entrevista que, se a Coronavac tivesse 50% de eficácia, estaria tudo bem. Quem entende do assunto sentiu cheiro de queimado.
Passaram-se os dias, e o grau de eficácia dessa vacina está no tabuleiro. Jogo jogado, pois tudo poderia estar sendo feito com a melhor das intenções.
Eis que, nisso, o governador quis tirar férias em Miami. Já o prefeito Bruno Covas aumentou seu próprio salário e tungou a gratuidade no transporte público para idosos (nesse lance, em parceria com Doria).
Tucano, quando sobe em salto alto, é incapaz de descer dele até na hora do banho.
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