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Jornalista, autor de "Desastre Global - Um Ano na Pior Crise desde 1929". Vencedor de quatro prêmios Esso.

Mercado de trabalho, finalmente, traz boas notícias

Criação de vagas formais acelerou no final de 2019 e houve queda no total de subocupados

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Dados negativos de indústria, comércio e serviços no final de 2019 ofuscaram outra notícia: o mercado de trabalho formal melhorou.

O emprego com carteira assinada é sempre o último a sofrer na crise, pois as empresas relutam em perder pessoas treinadas e arcar com rescisões.

Também é o último a melhorar quando o crescimento dá sinal de vida, pois significa contratar mão de obra mais cara. 

Como comparação, a média de rendimentos no mercado formal do setor privado em dezembro foi R$ 2.197, sem contar custos adicionais; no informal, R$ 1.442.

Nos últimos três meses do ano, no entanto, o saldo entre admissões e demissões com carteira assinada no setor privado acelerou. 

De outubro a dezembro, o total de empregos formais passou de 33,2 milhões para 33,7 milhões. Os informais mantiveram-se estáveis ao redor de 11,8 milhões e os chamados conta própria, em 24,5 milhões. 

Os dois movimentos (mais vagas formais; informais e por conta própria no mesmo patamar) indicam melhora.

O último trimestre de 2019 também mostrou diminuição no total de trabalhadores desocupados ou subocupados, aqueles que desejam trabalhar mais horas e não conseguem —eles diminuíram de 27,1 milhões em outubro para 26,1 milhões em dezembro.

Outro dado relevante refere-se ao desemprego de longa duração, que afeta pessoas que buscam trabalho há pelo menos um ano.

No último trimestre de 2019 havia 4,5 milhões nessa situação —8,6% a menos do que em igual período de 2018.

Por fim, após quase cinco anos de piora ininterrupta, a desigualdade da renda do trabalho deu sinais de que pode estar ingressando em um ciclo de recuperação —com os salários mais baixos começando a subir proporcionalmente um pouco mais do que os mais altos.

Se a tendência do último trimestre de 2019 vai se repetir, ainda é difícil saber. 

O Bradesco, por exemplo, aposta nisso e prevê o PIB de 2020 crescendo 2,5% ou mais apoiado na força do mercado de trabalho.

A maior formalização encorajaria o consumo e a tomada de crédito por parte do consumidor, engendrando um círculo virtuoso. 

Em outro contexto, com um governo ponderado e articulado politicamente, isso seria bastante factível. Com Jair Bolsonaro e Paulo Guedes agora também dizendo tudo o que pensa, o risco de retrocesso nas expectativas não é desprezível.

Certezas de hoje: 

1) Há 11,6 milhões de pessoas desempregadas, ou 11% da força de trabalho;

2) Os rendimentos médios estão demorando a subir; 

3) No acumulado de 12 meses, a criação de vagas informais e por conta própria superou aquelas com carteira assinada —tendência revertida no último trimestre;

4) Quase 23% da diferença de geração de vagas formais entre 2018 e 2019 foi de intermitentes (com remuneração proporcional ao período trabalhado) e parcial (com jornada menor do que 44 horas semanais) —modalidades permitidas após a reforma trabalhista.

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