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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Tráfego

Livro faz a crônica dos primeiros tempos da internet e mostra como ela se tornou um Velho Oeste

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Em seus primórdios, a internet foi imaginada como um espaço de liberdade, que daria voz e informação às massas, radicalizando a democracia. Não é que tudo tenha dado errado. As pessoas têm hoje muito mais canais para fazer-se ouvir, e qualquer um com um celular dispõe de mais informações do que as que o presidente dos EUA podia acessar 50 anos atrás. Há esforços colaborativos, como a Wikipedia, que funcionam. Mas acho que nem Leibniz descreveria o universo das redes sociais como o melhor dos mundos possíveis. Ao contrário, é quase consensual que as redes intensificaram alguns dos piores instintos humanos e são parcialmente responsáveis por uma deterioração da democracia.

A ilustração de Annette Schwartsman para a coluna de Hélio Schwartsman , publicada na versão impressa da Folha de S.Paulo neste domingo (6 de agosto de 2023) - Annette Schwartsman

"Traffic", de Ben Smith, mostra como a internet evoluiu de um território virgem e esparsamente povoado para um Velho Oeste, com muita gente e poucas regras. Smith é um observador privilegiado, porque participou de tudo, primeiro no site Politico, depois no BuzzFeed. Ele centra sua narrativa no fenômeno da viralização e na oposição entre dois pioneiros, Nick Denton, do Gawker, e Jonah Peretti, do HuffPost e do BuzzFeed. Enquanto o primeiro apostava em fofocas e em expor autoridades, o segundo tinha uma abordagem mais agnóstica, investindo em tudo que viralizasse, como a polêmica do vestido que mudava de cor segundo o observador.

Smith também vai aos aspectos mais propriamente políticos da internet, que é quando nos apresenta a figuras controversas como Andrew Breitbart e Steve Bannon.

Tudo é posto com um bom nível de detalhe. Talvez até demais para os que, como eu, não ligam muito para essa cena. Mas, ao apontar para as árvores, ele revela algo da floresta. E, nessa escala, passamos hoje por momentos de radicalização que aqueles que viveram na sequência da revolução tipográfica no século 15 já experimentaram. A diferença é que lá os efeitos levaram séculos para aparecer; agora são meses e anos.

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