Siga a folha

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Algo terá de mudar

Agenda pessoal de Netanyahu não coincide com interesses de Israel

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Israelenses dificilmente trocarão de premiê em meio a uma guerra —e é aí que mora o perigo. Binyamin Netanyahu tem uma agenda pessoal que não coincide com a dos interesses de Israel no médio e longo prazo.

O ataque do Hamas em 7 de outubro mostrou que Israel só terá segurança real se surgir um Estado palestino, o que eliminaria ou pelo menos reduziria o apelo por movimentos teocrático-terroristas como o Hamas e o Jihad Islâmico. E o problema é que Netanyahu, por razões tão banais como manter-se no poder e evitar a cadeia (ele responde a processos por corrupção), fará o que estiver a seu alcance para bloquear iniciativas que possam resultar num Estado palestino.

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em meio ao conflito em curso entre Israel e o Hamas, em Tel Aviv, Israel - Reuters - REUTERS

Interessa a Netanyahu agora prolongar ao máximo o estado de guerra e reforçar seus vínculos com os partidos ultrarreligiosos de extrema direita, com o que iria adiando sua provável defenestração do poder.

Um eventual entendimento com os palestinos, porém, exige exatamente o contrário disso. O morticínio que Israel está impondo à população civil de Gaza precisa parar o quanto antes, e a pauta dos ultrarreligosos, que é essencialmente a de ampliar os assentamentos judaicos da Cisjordânia, tem de ser revertida. O Estado palestino precisa ser territorialmente viável, o que exige desmantelar ao menos parte das colônias.

A melhor chance de isso acontecer é por pressão dos norte-americanos. Joe Biden tem os meios e o interesse em recolocar israelenses e palestinos para discutir a paz. Se o processo não naufragar antes mesmo de começar, poderia ser vendido como trunfo eleitoral no pleito norte-americano do ano que vem. Para isso, o presidente dos EUA vai ter de falar duro com o premiê israelense.

Se é verdade que apostar em paz no Oriente Médio é jogar dinheiro fora, também é fato que, depois dos acontecimentos do último mês, o statu quo se tornou insustentável. Algo vai ter de acontecer.

Dou um período de férias ao leitor.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas