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Correspondente em Madri, foi editor de Ilustrada e Folhateen e das revistas sãopaulo e Serafina. Escreve sobre cultura há três décadas.

As últimas de Ipanema

Vendedor sabe que seu produto é o rei dos sete mares e o vende com voz gutural

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Aqui vão as últimas notícias de Ipanema, enviadas diretamente da areia.

A praia estava cheia na sexta-feira (14) de greve (ou será que é sempre assim?), com temperaturas em torno de 28°C (às 11h), 29°C (14h) e 26°C (17h).

“Alô milhôôô, alô milhôôô.”

“Água, Coca e cerveja. Tem Brahma latão!”

“Queijo assado na brasa. Queijo com mel, queijo com orégano.”

“Caipirinhaaaaa! Faço na hora: Velho Barreiro, 51 ou vodca.”

“Trabalho há sete meses nessa barraca e não vi nenhum arrastão esse ano”, informa o rapaz.

“Já em Copacabana tem toda hora. É onde ficam os gringos, com mais posses.”

“Alô esfirra, alô salgado árabe.”

Fim de tarde na praia de Ipanema, no Rio - Ivan Finotti/Folhapress

“Cala a boca e senta aí de novo! Falei pra levantar???”, grita um dos sete policiais, tocando o terror em quatro adolescentes negros.

 

“Cervejaaaaaa, três por dez. Cervejaaaaaa.”

Um vendedor sabe que seu produto é o rei dos sete mares. Por isso, com uma voz gutural, sem apelar para exclamações e de forma bem rápida, ele diz apenas: 

“Camarão.” 

Não, não é bem assim. Na verdade, ele come o “A” central, como se fosse um português carioca: 
“Cam-rão”

Dez segundos depois, ele repete calmamente: “Cam-rão.”

E outros dez: “Cam-rão.”

“Matiiiiii! Mate com limão!”

“Às vezes, a gente tem que sair correndo atrás de ladrão. Rola um estresse.”

“Olha o Globôôô. Olha o Globôôô”. Globo não é o jornal, mas um bixxcoito de polvilho tradicional do Rio de Janeiro, vendido nas versões salgada e doce.

A cadeira de praia custa R$ 10 por dia; o guarda-sol, R$ 15. Depois das 15h, caem para R$ 5 e R$ 10.

Em São Paulo, o inverno começa na próxima sexta (21).

Aqui, não deve acontecer.
 

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