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Engenheiro e jornalista, foi repórter, correspondente, editor e secretário de Redação na Folha, onde trabalha desde 1991. É ombudsman

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Sobre Olimpíada e Olimpíadas

Folha altera seu Manual de Redação em busca de audiência

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Mesmo quem nunca leu o Manual da Redação sabe que a Folha tem uma série de padrões que devem ser seguidos em seus textos. Basta alguma familiaridade com o jornal para saber que MP é sigla de medida provisória, não abreviação de Ministério Público.

Há, é claro, questões mais relevantes. O golpe de 1964 deu início à ditadura militar. "Em textos noticiosos, não use Revolução de 64."

E há casos em que a Folha rema contra a maré. Ou remava. Na última semana, o jornal constatou que um de seus padrões para Jogos Olímpicos, "Olimpíada", assim, no singular, tinha muito menos tração nas buscas de internet do que "Olimpíadas", no plural.

É estratégico no jornalismo, mais até que em outros negócios, ranquear bem em ferramentas como o Google. Uma história pode ser muito boa, mas ela precisa de um título com as palavras certas para ser encontrada com mais facilidade e gerar mais audiência.

"Olimpíadas" é usado por quase todo mundo e até consta de dicionários. Então por que não mudar a regra? Feito. A Folha alterou a padronização que consta da página 259 de seu Manual e desde quinta (22) só escreve "Olimpíadas". Tudo certo? "Não, está errado", diz Katia Rubio, professora da USP, colunista da Folha e uma das maiores pesquisadoras do olimpismo no país.

"Olimpíada é o espaço de quatro anos entre uma edição dos Jogos e a próxima. Olimpíadas são o ciclo todo, ou desde 1896 na era moderna", explica ela, que vai ainda mais longe. "Não chamo Tóquio de Olimpíada." O evento japonês, todos sabem, foi atrasado em um ano devido à pandemia.

O termo no plural seria fruto de anglicismo (Olympics)? "Talvez, mas o senso comum prevalece. Algoritmo é burro." Portanto, sem ferir o Manual ou a história, bons Jogos.

LEIA OUTRO TRECHO DA COLUNA DE JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

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