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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

O legado dos Jorges

O que Jesus e Sampaoli deixam de 2019 é a exigência de que 2020 tenha outra cara

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“Olê, olê, olê, Mister, Mister”, canta a nação rubro-negra onde quer que o bicampeão continental e hepta nacional jogue, menos diante da incompetente polícia de João Agripino Doria.

“Fica Sampaoli”, pede a torcida santista, embora o time não tenha sido campeão na temporada.

Em certo sentido, o apelo da torcida do Santos é até mais significativo que o coro da torcida do Flamengo.
Festejar o campeão é habitual, raro é aplaudir quem perdeu.

Mas Abel Braga foi campeão carioca também com o Flamengo e caiu.

Mano Menezes foi bicampeão mineiro com o Cruzeiro e saiu.

Fábio Carille foi tricampeão paulista com o Corinthians e não resistiu.

O torcedor não quer mais apenas ser campeão?

Ele quer, além de taças, bom futebol?

É o que tudo indica.

Há exceções, como sempre.

É possível imaginar que o palmeirense queira a Libertadores do jeito que for, embora deva saber que para ganhar o inédito Mundial vá precisar, no mínimo, ter o perfume do rubro-negro carioca.

Provavelmente o são-paulino troque o jejum de títulos por futebol tosco, mas é batata que o corintiano, de barriga cheia, quer unir o útil ao agradável.

Daí ter ido buscar Tiago Nunes, batata doce.

Mano Menezes, também bicampeão da Copa do Brasil 2017/18 à frente do Cruzeiro aos trancos e barrancos, vocalizou o sentimento do torcedor na entrevista dada depois da derrota alviverde para o Fluminense.

Ele disse que há desejo de “outro futebol” e que “o Flamengo aumentou o nível de exigência”.
Fosse ainda mais justo teria também mencionado o Santos pela volta da alegria do jogo aos gramados do Patropi.

Que não é exatamente “outro”.

É aquele apelidado pelos ingleses de “beautiful game” quando, em priscas eras, se referiam, exatamente, ao futebol...brasileiro.

Silêncio retumbante

Se “outro futebol” é outro, mas não é novo, a “nova CBF”, nem é outra, nem nova.

É a mesma, a de sempre, desde 1989, quando o agora banido Ricardo Teixeira a assumiu.

O banimento desfruta de ensurdecedor silêncio da Casa Bandida do Futebol e da cartolagem nacional, sem exceção.

José Maria Marin que o sucedeu também está banido e seu sucessor, o Marco Polo que não viaja, idem ibidem.

Já o silêncio se repete. Mas não só.

Embora seja redundante, e ocioso, demonstrar como os tricampeões em corrupção causaram danos à entidade, ao botar nos bolsos o que deveria reverter em benefício do futebol brasileiro, não se ouve uma palavra de recriminação aos métodos consagrados por eles.

Ao contrário, até mesmo houve (aqui com agá) comunicado da CBF à Fifa sobre ausência de prejuízos no caso de Del Nero.

Rogério Caboclo, filhote e marionete do antecessor, supõe iludir os ingênuos, embora apenas goze do silêncio cúmplice de quem depende de seus atos como, aliás, aconteceu com o trio que o precedeu.

Campeonato manchado

Ao aceitar a pornográfica sugestão do Ministério Público e da Polícia Militar paulistas de fazer Palmeiras x Flamengo com torcida única, a CBF simplesmente desequilibrou as condições de igualdade do Campeonato Brasileiro.

Ao impedir o apoio dos rubro-negros na casa verde, como os alviverdes puderam fazer no Maracanã, feriu a isonomia do torneio, em precedente gravíssimo.

O Flamengo acertou ao protestar, errou ao jogar com os titulares e foi time único ao fazer 3 a 1.

Sampaoli vem?

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