Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri

Domingo rubro-negro foi o melhor já vivido por qualquer torcedor

O ideal é ser campeão jogando e vencendo, mas desta vez foi uma exceção

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Normalmente ser campeão sem jogar é bom, porque sempre é bom ser campeão, mas não é o ideal.

O ideal é ser campeão jogando, vencendo e em casa, diante da torcida em festa.

Ontem foi exceção. Porque o domingo (24) rubro-negro entra para a história do futebol como o melhor já vivido por qualquer torcedor do planeta bola.

Enquanto o time do Flamengo comemorava a épica conquista da Libertadores no Rio ensandecido, o Grêmio, humilhado pelo rubro-negro no torneio continental, e derrotado por seus reservas em Porto Alegre no Brasileiro, derrotava novamente o Palmeiras na casa verde (2 a 1) e entregava de mão beijada o hepta aos cariocas com quatro rodadas de antecedência.

Jogadores do Flamengo exibem o troféu da Libertadores em desfile de carro aberto pelas ruas do Rio
Jogadores do Flamengo exibem o troféu da Libertadores em desfile de carro aberto pelas ruas do Rio - Ueslei Marcelino/Reuters

Na quarta-feira (27) o Maracanã lotado será palco apenas do desfile dos campeões e da entrega da taça.

Não que o Flamengo vá entregar o jogo para o Ceará na luta contra o rebaixamento, porque um campeão não faz isso.

Mas, de ressaca, é sobre-humano exigir o que for de Jorge Jesus e companhia vencedora.

Verdade que o Flamengo tem recordes a bater, invencibilidade a manter e, sobretudo, deve respeito à Nação e aos que disputam a sobrevivência com o time cearense, seus rivais Botafogo e Fluminense incluídos.

Ceará, em casa, Palmeiras, fora, Avaí, no Maracanã, e Santos, na última rodada, por enquanto marcado para a Vila Belmiro e, tomara, remarcado para o Pacaembu, são os candidatos a carimbar a faixa rubro-negra.

Como dizem os torcedores mais calejados: “nada contra que todos os anos carimbem minhas faixas”.

Profeta Sanchez

Sete anos atrás, Andrés Sanchez previu que, em 2017, o Corinthians seria um dos três maiores clubes do mundo.

OK, ele já se desculpou e não se fala mais nisso.

Sanchez também vaticinou que o Corinthians pagaria o estádio em seis anos, metade do tempo previsto.

Tudo bem, ele também pediu desculpa por tal despautério e o assunto está encerrado.

Agora Sanchez deve desculpas a dois personagens do bicampeonato continental conquistado pelo Flamengo.

Deve desculpas ao ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e ao treinador Jorge Jesus.

Do primeiro disse, em maio de 2018, que “futebol não é a praia dele”.

Sanchez imagina que futebol é atividade que se resolve só dentro das quatro linhas.

Bandeira de Mello fez o que Sanchez não soube fazer: plantou as estacas que permitiram ao Flamengo estar onde está.

Lembremos que, potencialmente, o Corinthians, num estado menos pobre que o Rio, e com maior torcida em casa que o Flamengo, tem tudo para ser maior.

Ao técnico português, em julho deste ano, lançou desafio: “Quero ver daqui a quatro, cinco meses”.

Pois está vendo.

Santo Sampaoli

O Santos é a melhor surpresa do Campeonato Brasileiro.

Quando parecia estar esgotada a quota de emoções do sábado, o time fez uma delícia de jogo ao golear o Cruzeiro por 4 a 1, com show de bola de Soteldo, Evandro e Marinho.

Impossível não eleger Jorge Jesus como o técnico do ano, mas Jorge Sampaoli não seria escolha injusta se compararmos a situação do Flamengo com a do Santos.

 

O futebol brasileiro deverá para sempre aos dois forasteiros que aportaram no país para nos lembrar da alegria que nosso futebol pode proporcionar quando voltado para fazer gols e não apenas para evitá-los.

Na galeria dos estrangeiros que nos fizeram crescer, ambos têm lugar assegurado.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.