Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.
Abel Ferreira se despiu em entrevista ao Roda Viva
Treinador do Palmeiras se revelou como nunca antes
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Se vocês, rara leitora e raro leitores, não viram o Roda Viva da última segunda-feira (21), vejam no YouTube: Abel Ferreira deu uma entrevista reveladora.
Tirante o fato, impossível afirmar se por esperteza ou convicção, de se dizer desinteressado da política, e de não ter respondido por que o Palmeiras foi o único ausente da reunião dos clubes das Séries A e B para discutir a Liga —embora dissesse ser o mais interessado em sua fundação, o que apenas torna mais misteriosa a ausência—, de resto, deu um show.
Deixou claro que ou a família vem para o Brasil ou ele volta para Portugal, porque não aguenta mais viver com saudade, essa palavra que o mundo inteiro não traduziu.
E minimizou tanto os elogios de Felipão, que o considerou o mais importante técnico da história palmeirense, quanto a revelação de Raphael Veiga sobre o gol que ajudou a decidir a Libertadores passada, desenhado por ele, Abel.
Atribuiu a declaração de Felipão ao fato de serem amigos desde os tempos em Lisboa e a do craque, às gargalhadas, por ser Veiga um "puxa-saco".
Teve a franqueza de dizer que, se desenhou jogadas bem-sucedidas, resultantes em vitórias, rabiscou também as terminadas em derrotas.
Como crítico de imprensa não se saiu lá muito bem, ao observar que os jornais preferem más notícias às boas, e nem por isso se perdeu ao mostrar certa compreensão sobre o trabalho dos jornalistas. Candidamente, até admitiu ter sido arrogante algumas vezes.
De quebra, contou que o vizinho chato dele é quem vestiu a carapuça, em mais um momento bem-humorado da entrevista para um bom grupo de perguntadores.
Além do mais, teve a bela sacada de dizer que, se o futebol brasileiro contratasse 20 Pep Guardiolas, um seria campeão e quatro cairiam.
Infelizmente, para tristeza do colunista, rejeitou a ideia de presidir a CBF...
Paciência!
Teremos de aturar Ednaldo Rodrigues, legítimo sucessor dos quatro que o antecederam, tudo graças à pusilanimidade dos presidentes dos clubes, algo que Abel Ferreira também deixou claro, ao não aliviar para a responsabilidade dos cartolas.
Se mais cinco treinadores tivessem a coragem dele de botar o dedo nas feridas de nosso futebol, certamente estaríamos em outro estágio, o que ele vislumbra sermos capazes, até porque um dia já fomos.
O futebol apresentado pelo time alviverde está longe de ser de sonhos, embora vitorioso.
A crítica do treinador está colada à realidade.
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