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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Campeonato Brasileiro

Tem graça ver o mesmo filme 5 vezes?

A Premier League está de volta e a primeira sessão anunciou o risco da monotonia

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Desde 2021 tem sido assim: vários protagonistas e apenas um ator principal, Oscar no papo, às vezes com suspense, outras daqueles filmes que você já sabe o final na primeira cena.

Nesta temporada periga acontecer a segunda hipótese.

Os organizadores do festival marcaram a primeira sessão para impor dificuldades ao mais premiado de 2012 para cá, o Manchester City, oito vezes campeão, quatro em seguida, a caminho da quinta.

E, por quê?

Porque fizeram questão que começasse a temporada fora de casa e em clássico, contra o renovado Chelsea.

O cometa Haaland logo deu o ar de sua graça e o croata Kovacic fez o 2 a 0 definitivo, para dar direito a olé em pleno Stamford Bridge.

Erling Braut Haaland, do Manchester City, durante o aquecimento antes de partida - Andrew Couldridge - 10.ago.2024 /Action Images via Reuters

Manchester United e Arsenal também venceram, mas em casa, e ao Liverpool coube, fora, um dos que vieram da segunda divisão, o Ipswich Town. O Tottenham estreia nesta segunda-feira (19), em Leicester. Ou seja, os coadjuvantes tiveram vida bem menos complicada e assistiram de camarote, digamos assim, a avant-première do Tubarão, como, em 2019, o lateral-esquerdo Mendy chamou o City, "por devorar os rivais".

Quando o diretor Steven Spielberg, em 1975, lançou seu filme campeão de bilheteria Tubarão (490 milhões de dólares arrecadados), não poderia imaginar que seu peixe branco viraria azul em Manchester e série até Tubarão IV - A Vingança, em 1987, todos de outros cineastas.

Muito menos imaginaria que Pep Guardiola rivalizaria com ele como diretor de futebol, ainda melhor do que fez no cinema.

E que em 2024/25 comandasse o Tubarão V, depois do tetracampeonato inédito em 2023/24.

Que o irmão José Trajano e o vizinho Sandro Macedo, em período menos humilde em Paris, desculpem: mas parece que o Tubarão azul permanece faminto, nada sacia seu apetite.

Choque-Realista

O Palmeiras mostrou que o tri do Campeonato Brasileiro segue nos planos. Fez bem ao escalar força máxima.

O São Paulo mostrou que o tetra da Libertadores é mais importante. Também fez bem ao escalar apenas quatro titulares.

Até porque a missão alviverde contra o Botafogo no meio da semana é incomparavelmente mais complicada que a do São Paulo diante do Nacional.

Realisticamente, Abel Ferreira sabe que pode sobrar apenas o Brasileirão e somar pontos é preciso.

Realisticamente, Luis Zubeldia sabe que o Brasileirão é utopia e que é preciso não correr riscos no Morumbi contra os uruguaios.

E tivemos um Choque-Rei à altura das tradições do clássico.

Flaco Lopez em lance no qual ele marcou o segundo gol do Palmeiras contra o São Paulo - Reuters

Primeiro tempo de Palmeiras dominante, Rafael em grande tarde para evitar gols dos anfitriões, mas São Paulo perigoso, ao criar duas claríssimas chances de gol e também dar trabalho a Weverton.

O segundo tempo foi ainda melhor porque Flaco López abriu o placar, o São Paulo não se conformou e começou a pôr titulares em campo, Luciano empatou e só no derradeiro minuto dos acréscimos o mesmo Flaco, para mostrar força, aproveitou má saída de Rafael e fez o 2 a 1 que compensou o investimento palmeirense.

Até o último minuto, o Choque-Rei mostrava uma estatística impressionante na história do confronto: empatavam pela 116ª vez, com 116 vitórias para cada um.

Pena que depois de clássico tão bom tenha havido confusão entre os jogadores, daqueles espetáculos deprimentes que se supõem encerrados, mas que vira e mexe voltam a dar o ar de sua desgraça.

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