Juventus se entrega ao 'efeito Motta' e espera retorno à Champions

Técnico ítalo-brasileiro assumiu o time após boas passagens em equipes de menor expressão

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Jérôme Rasetti
Roma (Itália) | AFP

Na temporada passada, Thiago Motta foi o técnico em alta na Itália por seu excelente trabalho com o Bologna, levando o time à Champions League. A Juventus contratou o ítalo-brasileiro para reverter seu ritmo errático nos últimos anos.

A carreira de Motta está avançando rapidamente. Apenas seis anos se passaram desde sua estreia como treinador da equipe sub-19 do Paris Saint-Germain até assumir agora as rédeas de um dos clubes mais poderosos e históricos do futebol italiano.

O técnico Thiago Motta durante a partida entre Juventus e Atlético de Madri na Suécia
O técnico Thiago Motta durante a partida entre Juventus e Atlético de Madri na Suécia - Bjorn Larsson Rosvall - 11.ago.24 /AFP

Seu percurso até este desafio foi relativamente tranquilo e bem-sucedido, com passagens pelo Genoa (2019), Spezia (2021-2022) e, em seguida, o Bologna. Todos esses clubes costumam estar fora dos principais holofotes da mídia, algo que não ocorrerá na Juventus, onde cada decisão será escrutinada, debatida, comentada e, inevitavelmente, julgada.

Isso é especialmente relevante porque a Juventus vem de uma temporada morna, na qual conquistou a Copa da Itália, mas ficou longe da disputa pelo título italiano desde janeiro, terminando a Serie A em terceiro lugar, a 23 pontos do campeão. Isso resultou na saída de Massimiliano Allegri, que teve um fim conturbado, após insultar árbitros, um jornalista e um dirigente na noite da final da 'Coppa'.

Para protegê-lo das altas expectativas dos torcedores do clube mais vitorioso do futebol italiano, os dirigentes estabeleceram um objetivo relativamente modesto para Motta.

"Queremos ser competitivos em todos os torneios que disputarmos, sem nos autolimitarmos e com o objetivo mínimo de uma classificação para a Champions League através da nossa liga", explicou Maurizio Scanavino, diretor geral da Juventus.

O método de Motta é conhecido: um futebol de posse, ofensivo, inspirado por um de seus mentores, Gian Piero Gasperini, atual treinador do Atalanta, que foi seu chefe durante sua passagem pelo Genoa como jogador.

"Meus meio-campistas devem defender, atacar, fazer contra-ataques e marcar", explicou recentemente. "Quero ver, após cada partida, um time orgulhoso de si mesmo e feliz por ter dado tudo", acrescentou o ex-jogador do PSG.

Para ter um bom desempenho em seu retorno à Champions, onde a Juventus não alcança as quartas de final desde 2019, e aspirar ao título de campeão na Itália, após uma seca de quatro temporadas, a Juventus fez mudanças significativas em seu elenco.

O goleiro Wojciech Szczesny já foi anunciado como baixa, após a contratação de Michele Di Gregorio, proveniente do Monza. O clube piemontês, sem grande poder financeiro apesar do apoio da família Agnelli, contratou para a nova temporada o volante defensivo brasileiro Douglas Luiz e o atacante francês Kephren Thuram.

As operações no mercado ainda não terminaram, e a Juventus aspira a contratar o neerlandês Teun Koopmeiners, mas o Atalanta pede quase 60 milhões de euros (R$ 362 milhões).

"Quando você se junta a um clube ambicioso e histórico como a Juventus, sabe que as vitórias são importantes, mas para mim, o maior desafio é transmitir meu entusiasmo e minha vontade para a equipe", resumiu Motta.

Uma missão relativamente modesta, que o ex-jogador do Barça e do PSG deverá superar sem grandes problemas, buscando objetivos mais condizentes com a história de seu novo time.

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