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Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).

Descrição de chapéu Coronavírus

Corrida pelo papel higiênico no início da pandemia é tema de pesquisa

Estoque feito por pessoas pode ser explicado, em parte, por sensação de ameaça e compras práticas em caso de impossibilidade de sair de casa

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Pesquisadores europeus reuniram seus conhecimentos no início da pandemia da Covid-19 para algumas das muitas explicações de um fenômeno mundial: o explosivo pânico que promoveu a inesperada corrida para estocar papel higiênico nas residências.

A economista Lisa Garbe, da Suiça, o psicólogo Richard Rau e o antropólogo Theo Toppe, ambos da Alemanha, estudaram a relação entre personalidade e ameaça sentida e a relação da Covid-19 com a estocagem de papel higiênico.

A pesquisa foi publicada recentemente na revista Plos One com análise de 1.029 adultos residentes em vários países da Europa.

Prateleiras vazias em supemercado de São Paulo devido ao novo coronavírus - Júlia Moura/Folhapress

Os resultados sugerem, segundo os autores, que as pessoas que se sentiram mais ameaçadas pela Covid-19 estocaram mais papel higiênico.

Algumas empresas produtoras do produto relataram um aumento de até 700% em suas vendas, apesar dos apelos das autoridades para evitar “compra de pânico” ou estocagem.

Em um nível superficial, explicam os autores, o estoque particular pode parecer um exemplo de egoísmo. Outra explicação é a suposição de que o papel higiênico pode servir como símbolo de segurança, aliviando a ameaça percebida.

Mas também é possível supor que pessoas com padrão acentuado de ordem e autodisciplina estão inclinados a acumular papel higiênico em excepcionais situações desse tipo.

Entretanto, para a psicóloga de consumo Cathrine Jansson-Boyd, do Reino Unido, o problema é mais simples. O foco no estoque de papel higiênico provavelmente começou com algumas pessoas que tentavam ser práticas para a eventualidade de ficarem impedidas de sair de casa.

Enquanto os consumidores observavam uns aos outros ocorreu um efeito tipo bola de neve. E também as prateleiras vazias online alimentaram ainda mais esse círculo vicioso.

Atualmente, apesar da contínua presença da Covid-19, não se observa escassez na distribuição de produtos básicos e a compra exagerada de papel higiênico não é mais observada.

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