Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq).
Justiça lembra Bolsonaro que não se pode usar 'lepra' para falar de hanseníase
Para afastar estigma da doença, uso é proibido por lei em documentos oficiais desde 1995
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Os redatores da presidência da República aprenderam recentemente que não podem colocar o termo "lepra" nos discursos oficiais.
O Morhan (Movimento de Reintegração de Atingidos pela Hanseníase) lembrou-os que existe a lei 9.010 de 1995 ao acionar a Justiça.
A lei determina a substituição do termo "lepra" por hanseníase. Tem por finalidade afastar o estigma milenar sobre a infecção.
Ela tem tratamento gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e a cura pode ocorrer em poucos meses.
A mudança de nome para a doença se deve, em grande parte, às campanhas do professor Abrahão Rotberg, falecido em 2006, aos 94 anos.
Nas décadas de 60 e 70, como titular de Dermatologia da Unifesp/EPM e perito da OMS (Organização Mundial da Saúde) em hansenologia, afirmava que as alterações observadas nos tempos bíblicos, na pele e couro cabeludo poderiam ter sido confundidas com parasitoses, piodermites, psoríase, vitiligo ou pênfigo.
Em 1967, assumiu o então Departamento de Profilaxia da Lepra da Secretaria da Saúde do Estado na gestão do professor Walter Leser e mudou sua denominação para Departamento de Dermatologia Sanitária.
Em seguida, acabou com o isolamento compulsório dos doentes de hanseníase no Estado.
Em 1977, sugeriu a substituição do termo pejorativo "lepra" por hanseníase na correspondência oficial do governo.
A palavra hanseníase homenageia o médico norueguês Gerhard Hansen. Ele identificou em 1873 a causa da infecção, uma bactéria em forma de bastonete, o bacilo de Hansen.
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