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Musicista e skatista, quatro vezes campeã mundial de vertical e primeiro ouro feminino dos X Games

Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

A olimpíada do skate

Talvez os prontos-socorros fiquem um pouco mais movimentados nos próximos dias, tal qual acontece após jogos amadores de futebol

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Estilo de vida de muitos, desde seu debute em Tóquio o skate teve licença para ser chamado também de esporte e vai conquistar de vez o coração do brasileiro.

Nessa altura, as garotinhas que assistiram o skate street adicionaram à lista de desejos aprender a andar. Os pais, resguardados pela figura da Fadinha, vão fazer o que seria impensável anos atrás: achar uma boa ideia esse presente para sua menina.

As medalhistas olímpicas Coco Yoshizawa (ouro), Liz Akama (prata) e Rayssa Leal (bronze) do skate street feminino em Paris-2024 - Reuters

Talvez os prontos-socorros fiquem um pouco mais movimentados nos próximos dias, tal qual acontece após jogos amadores de futebol: alguns punhos trincados, pés torcidos. Nada muito grave. (Porém se você está lendo esse texto já está em vantagem: não deixe de usar capacete e procure ajuda para iniciação).

Em uma das minhas idas ao PS —após uma queda—, enquanto me suturava o supercílio, a médica me contava, passando a agulha pela minha carne e dando um pequeno nó na linha, sobre uma frustração pessoal sua. Sentia uma mistura de vontade e medo, aos seus 60 e poucos anos, por nunca ter experienciado subir num skate.

Minha resposta foi que eu também não conseguiria exercer medicina sem ter estudado antes. O segredo mora na preparação anterior e estar bem amparada durante o processo. Eu desejo de coração que a primeira vez desse exército de crianças (e porque não adultas) faça jus a fama desse nosso amado objeto. Que seja nada traumático —mas se for, saibam que é comum.

A minha foi também. Mas eu insisti, skate é coisa de gente determinada. 30 anos atrás podia ser de menina sapeca. Atualmente eu chego a conclusão que felizmente não consigo determinar um estereótipo, pois é também das introspectivas, das que não se encaixam, das bagunceiras, das estudiosas, das artistas, das disciplinadas, ou não.

Dia 6 temos a estreia do park, eu estarei presente no ato de abertura, fazendo as honras da cerimônia.
As brasileiras se classificam com duas vagas entre as top 10.

Entre as favoritas temos Austrália com a nova sensação Arysa Trew, Inglaterra com Sky Brown (que se contundiu, mas voltou a tempo da última etapa de Budapeste), Japão com três skatistas muito fortes. As americanas, que tradicionalmente mantiveram a hegemonia durante anos no skate, têm representantes sem potencial de pódio e ficam inclusive atrás das brasileiras.

Uma coisa que se manteve entre as nossas foi a camaradagem. As brasileiras são "fair play", e isso me dá muito orgulho. É a face olímpica do skate que a maioria vai conhecer, mas ele é muito maior do que isso.

Vai ter muito mais do que seus 5 minutos de fama, pois tem sustentação, é especial. Tem todo um lado que não é mostrado na TV, do skate social, ferramenta de transformação. Estejam preparados pois depois dessa, não tem mais volta.

Estou empolgada por nós.

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