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Diretor da Sucursal de Brasília, foi correspondente em Londres. Vencedor de dois prêmios Esso.

Não punir quem matou Marielle vai simbolizar fracasso da intervenção

Para Jungmann, punição de envolvidos é o principal desafio do governo no Rio

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Um mês se passou e persiste um certo mistério sobre o teor da reunião na noite de 15 de fevereiro que selou a decisão do governo de Michel Temer pela intervenção na segurança do Rio de Janeiro.

 

Nas horas que antecederam a medida, não havia nada que indicasse esse caminho. Brasília foi surpreendida por um encontro entre Temer, ministros e os presidentes da Câmara e do Senado. Houve relatos de um bate-boca entre Rodrigo Maia e Torquato Jardim (ministro da Justiça).

A sensação, que pode se provar equivocada mais à frente, é de que o governo optou pela intervenção sem um planejamento decente e prévio.

Naqueles dias, escrevi neste espaço que Temer fizera uma aposta de risco: na primeira morte por bala perdida ou no primeiro arrastão, o governo do Rio pediria à população para procurar o Palácio do Planalto.
O assassinato da vereadora Marielle Franco, com um mês de comando federal sobre as polícias locais, constrange e pressiona o presidente. 

Perguntei neste domingo (18) ao ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) qual o principal desafio do governo a partir de agora. “Prender e punir exemplarmente os mandantes e quem executou Marielle”, disse.

Pedi a ele que apontasse um ponto positivo e um ponto negativo do primeiro mês de ação no estado do Rio.

“Positivo: início do fim da promiscuidade entre parte dos agentes públicos da segurança e criminosos”, respondeu o ministro da Segurança.

Negativo? “A politização, confundindo a oposição ao governo com a intervenção, que luta contra o crime organizado e pela reestruturação das polícias”, afirmou Jungmann.

As palavras do ministro reforçam a responsabilidade da atuação do governo Temer no território fluminense após o caso Marielle. O insucesso em prender e, sobretudo, punir quem matou a vereadora e o motorista Anderson pode simbolizar o fracasso de uma intervenção cercada de componentes políticos, desconfianças e, por ora, de parcos resultados.

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