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Mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

Descrição de chapéu LGBTQIA+

Corpos em disputa

Pessoas trans devem ser respeitadas, mas, no esporte, é preciso buscar alternativas para que mulheres não sejam prejudicadas

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A associação mundial de atletismo proibiu mulheres trans em competições internacionais. O impedimento vale para aquelas que passaram pela puberdade masculina.

Há quem considere a medida transfóbica, mas tal acusação manifesta negacionismo científico. A World Athletics afirmou que, segundo especialistas, a transição após a puberdade coloca as mulheres trans em vantagem e que isso é injusto.

De fato, é. Durante a puberdade e a adolescência, meninos recebem uma enxurrada de testosterona, hormônio sexual que impacta o desenvolvimento do sistema ósseo, cardíaco, pulmonar, muscular etc.
A militância identitária adora falar sobre "corpos", mas, pelo visto, trata-se de um corpo abstrato, metafísico até, uma ideia de corpo desconectada da realidade material.

Mas não adianta negar que a testosterona funciona como um doping natural em algumas atividades.
Homens são, geralmente, maiores, têm mais fôlego e força. Já mulheres têm mais flexibilidade, por exemplo.

Assim, homens e mulheres são diferentes —espantoso que expressar tal platitude, atualmente, possa render acusações de machismo ou transfobia. O que não implica hierarquia em sentido lato ("homens são melhores que mulheres"), mas em stricto sim, principalmente no aspecto físico (a rede no vôlei é mais alta no masculino porque homens tem maior propulsão no salto).

Pessoas trans devem ser, claro, respeitadas e ter direitos garantidos, mas, em relação ao esporte, é preciso buscar alternativas para que outras minorias não sejam prejudicadas.

No último século, mulheres lutaram para conquistar reconhecimento na ciência, nas artes, nos esportes, e muito dessa luta se deu por termos sido historicamente tratadas como seres inferiores por causa justamente dos nossos corpos.

Não faz sentido, agora, permitir que garotas que passaram a vida treinando para chegar ao topo do pódio vejam seu sonho frustrado por um mecanismo sobre o qual elas não têm controle algum: a natureza.

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