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O espetacular calendário maia

Um dos ciclos do calendário longo da civilização acabou em 21 de dezembro 2012

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A escrita foi inventada pelo menos três vezes: sumérios, na Mesopotâmia, por volta de 3.200 a.C.; chineses, cerca de 1.200 a.C.; e maias, na América Central, perto de 500 a.C..

O sistema chinês permanece em uso, praticamente sem mudanças. A escrita cuneiforme suméria, apesar de ter originado a maioria dos alfabetos atuais, foi esquecida e redescoberta no século 19.

A civilização maia se desenvolveu a partir de 2.000 a.C. e alcançou o apogeu entre os anos 250 e 900. À chegada dos espanhóis (início do século 16), a sua escrita ainda era compreendida por alguns dos descendentes, mas a colonização apressou a decadência. Só quatro “livros” sobreviveram às purgas das autoridades religiosas, que viam nos magníficos glifos (símbolos) maias a manifestação do demônio, logo ninguém seria capaz de lê-los.

Glifos (símbolos) maias - Wikimedia Commons

Como para a maioria das línguas antigas, a primeira parte da escrita maia decifrada foram os números e o calendário, no século 19. Os maias descobriram o zero no início da nossa era, meio milênio antes dos hindus, e criaram um sistema de numeração posicional análogo ao nosso, exceto que usavam a base 20 no lugar da base 10.

Obcecados pelo tempo, elaboraram um calendário espetacular. Davam nomes aos dias usando ciclos de 13 e 20 dias, perfazendo 260 nomes. Também usavam um ciclo de 365 dias, divididos em 18 meses de 20 dias mais um mês especial de 5 dias. A combinação dessas duas contagens se repete a cada 18.980 dias (o mínimo múltiplo comum entre 260 e 365), pouco mais de 50 anos.

Para registros históricos, utilizavam o “calendário longo”, combinação complexa de diferentes ciclos, cujo início fixaram na criação do mundo, que teria sido em 13 de agosto de 3.114. Um desses ciclos se completou em 21 de dezembro de 2012 e não faltou quem quisesse ver nisso uma profecia do fim do mundo (fizeram até filme). Mas o calendário maia tem ciclos muito mais longos.

O próximo passo seria decifrar o restante da escrita maia, mas não era fácil. Um ponto de apoio seriam as línguas faladas por cerca de 6 milhões de descendentes que habitam a região, mas são mais de 30 idiomas diferentes. A escrita egípcia fora decifrada a partir dos nomes dos faraós, cujos hieróglifos eram fáceis de identificar. Mas ninguém sabia os nomes dos reis maias… Além disso, não existe “pedra de Roseta” bilíngue, como no caso egípcio.

Ou será que existe? Saberemos na semana que vem.

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