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A bela fórmula de Euler

Descoberta do matemático foi pouco mais do que curiosidade até a década de 1890, quando Poincaré revelou o seu profundo significado

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Leonhard Euler (1707 - 1783) escrevia sobre matemática, física, astronomia, mecânica, lógica, filosofia e música em latim, alemão e francês. Seus trabalhos foram publicados pelas academias das nações mais avançadas da época, especialmente na Suíça, Rússia, Prússia e França. Mais de um século depois que a Academia Suíça de Ciências iniciou a coletânea de suas obras, com 85 volumes já publicados, a tarefa ainda não terminou.

A sua descoberta mais conhecida do público, obtida por volta de 1740, é a fórmula que leva o seu nome: e+1=0. Essa belíssima relação usa os símbolos mais notáveis da matemática (π =3,1415…; a constante de Euler e=2,7182…; a unidade imaginária i=√-1; e os números 0 e 1, com os quais se constroem todos os outros) numa única igualdade que liga a aritmética, a álgebra, a geometria e a análise.

Em 1758, Euler observou que os números F de faces, A de arestas e V de vértices de um poliedro (sólido geométrico) convexo sempre satisfazem a igualdade F-A+V=2. Por exemplo, no cubo F=6, A = 12 e V=8, e vemos que 6-12+8=2. Provas alternativas deste fato foram dadas por matemáticos do calibre de Legendre e Cauchy, que também apontaram que a igualdade pode falhar se o poliedro não for convexo.

Apesar desses avanços, a descoberta de Euler continuou sendo pouco mais do que uma curiosidade até a década de 1890, quando Poincaré revelou o seu profundo significado e a tormou a base de uma nova disciplina matemática: a topologia algébrica.

O matemático suíço Leonhard Euler - Domínio público

Em 1760, Euler obteve um importante critério geral de exatidão para equações diferenciais de qualquer ordem. Submeteu o trabalho à Academia de Ciências de São Petersburgo, mas a publicação só ocorreu seis anos depois. No meio tempo, Euler mencionou a descoberta, sem prova, em sua correspondência com D’Alembert, o qual informou Lagrange, Condorcet e outros. Em 1765, o jovem Condorcet publicou uma prova, sem mencionar Euler.

Chateado, mas sem graça de intervir diretamente, Euler insistiu com Lagrange, que era próximo de Condorcet, para que pressionasse esse a reconhecer a origem do resultado. Mas, receoso de arruinar a carreira do amigo, Lagrange “enrolou”. A verdade sobre o “teorema de Condorcet” só veio a ser conhecida em 1980, quando essas cartas foram publicadas.

Em junho de 1741, Euler trocou São Petersburgo por Berlim, onde ficaria por quase duas décadas. Foi um período muito produtivo de sua vida científica. Mas, desprovido de sentido de humor e interessado apenas em números e figuras, o matemático nunca se encaixou na vida na brilhante e sofisticada corte de Frederico, o Grande, rei da Prússia.

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