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Muitos animais são bons de matemática

Algumas espécies conseguem até fazer operações matemáticas; chimpanzés são particularmente dotados para os números

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Sabemos hoje que o sentido do número desempenha um importante papel na luta pela sobrevivência. A prova disso é que, em graus variáveis, esse sentido está presente nas mais variadas espécies de animais: mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, insetos, e até seres microscópicos.

Mesmo espécies muito simples conseguem identificar números (pequenos) individuais. Num experimento, abelhas foram colocadas dentro de um tubo com um compartimento em cada ponta: um contendo água com açúcar, o outro vazio. Cada compartimento estava marcado com um número diferente, entre 2 e 6, de formas geométricas. As abelhas aprenderam, rapidamente, a identificar o número de formas do compartimento com água adoçada, até um máximo de 4: com 5 ou 6 formas elas já se confundiam.

Ainda mais surpreendente, muitas espécies animais conseguem fazer operações aritméticas, como a adição e a subtração, e até chegar ao conceito de "zero".

Um chimpanzé descansa no zoológico nacional da Malásia, em Kuala Lumpur - Mohd Rasfan - 23.ago.2023/AFP

Macacos selvagens observaram cientistas colocarem pedaços de pão numa caixa fechada e, depois, em momentos distintos, retirarem alguns dos pedaços da caixa. Os macacos não podiam ver quantos pedaços ainda restavam dentro. Assim mesmo, continuaram se aproximando da caixa até que o último pedaço de pão foi retirado e ela ficou vazia. A única explicação parece ser que subtraíram as retiradas do quantitativo inicial, até a conta chegar em zero! Experimentos semelhantes foram feitos com corvos, e até com pintinhos de galinha, com resultados parecidos.

Chimpanzés são particularmente dotados para os números. Sabemos que podem ser ensinados a identificar grupos de objetos com o respectivo numeral escrito como algarismo árabe —três círculos com o algarismo 3, cinco quadrados com o algarismo 5, etc— e até a colocar esses algarismos em ordem.

Na Universidade de Quioto, no Japão, os algarismos de 1 a 9 foram exibidos na tela durante 210 milissegundos (a duração de um piscar de olhos médio), e logo ocultados por quadrados brancos. Todos os jovens chimpanzés participando no experimento foram capazes de tocar nesses quadrados sequencialmente, na ordem crescente dos algarismos!

Agora, não vale a pena tentar fazer isso em casa: humanos não conseguem! Parece que, nos seis milhões de anos desde que o Homo sapiens se separou do chimpanzé, os nossos cérebros evoluíram de modos diferentes: perdemos a incrível memória numérica dos nossos primos mais chegados, mas talvez esse tenha sido o preço para descobrirmos o teorema de Pitágoras!

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