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A mamata não acabou

Mas, pelo visto, é só para ministros, filhos e amigos de Bolsonaro

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Está no dicionário a definição de "mamata": emprego rendoso que requer pouco ou nada de trabalho; teta. Parece a descrição do trabalho de alguns ministros do governo Bolsonaro. Em menos de sete meses, quatro se afastaram do cargo, que tem remuneração de R$ 39 mil mensais, para tratar de "assuntos particulares". Se isso não é mamata, sei lá o que é.

Sergio Moro, da Justiça, tirou uma semana para dar um rolê nos States com a "conje". Marcelo Antônio, do Turismo, aquele enrolado no escândalo dos laranjas do PSL, só disse que estará com a família. Não é uma maravilha? Pode ser só inveja, eu mal tenho tempo de estar com a minha. Quem manda eu não ser ministra?

Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, desfruta de licença para participar das celebrações dos 50 anos do pouso da Apollo 11. É anfitrião do Almoço com o Astronauta, no Nasa Kennedy Space Center Visitor Complex. Não é a primeira vez que Pontes dá expediente no complexo para entreter turistas. Frila um tanto inadequado no momento em que o presidente insulta o diretor do Inpe e joga o problema no colo do ministro, que parece estar no mundo da lua.

E, claro, Abraham Weintraub, o titular da Educação, mas pode chamar de ministro da treta. Em três meses acumula incidentes, na ativa e no recesso. Usou o site do MEC para justificar o descanso, apesar do pouco tempo de labuta. Diz que tem férias vencidas por causa do seu vínculo com a Unifesp. Então, tá.

Ainda que tudo tenha sido feito dentro da legalidade, com ou sem remuneração, o que dizer de um governo que mal começou (e começou mal), coleciona crises e maus resultados, mas seus ministros sentem-se à vontade para tirar férias?!

Em outubro, irritado com as críticas da Folha, Bolsonaro disse que ia acabar com a "mamata" do jornal. O que mais esse governo tem dado é trabalho. Mamata, pelo visto, só para seus ministros, filhos e amigos.

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