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Jornalista e roteirista de TV.

Arthur Lira é cúmplice de Bolsonaro

O que ele está esperando? Um recorde mundial de mortes?

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Gostaria de saber como Arthur Lira consegue dormir. Não imagino lugar mais desconfortável do que este em que ele se encontra. Uma pilha de 123 pedidos de impeachment, que reúne mais de duas dezenas de crimes de responsabilidade contra Jair Bolsonaro, velados pelos 525 mil brasileiros vítimas da política pública assassina do governo.

Nesta terça (6), disse que não há nenhum fato novo que tenha ligação com Bolsonaro, referindo-se às denúncias de corrupção na compra da Covaxin. E precisa de mais algum? Em sua defesa, argumentou que o impeachment não é feito pelo presidente da Câmara, mas por uma "construção" de circunstâncias. Mentira. Cabe a ele decidir se algum processo irá adiante, só assim poderá ser apreciado por uma comissão e votado em plenário. As circunstâncias estão aí. Se organizar direitinho, é impeachment e cadeia. Lira sabe disso e sabe que por isso tem Jair na palma da mão.

Mas o Brasil é um país de absurdos, inclusive pelo fato de um sujeito como Lira estar no cargo que ocupa. Apesar de todas as atrocidades cometidas pelo governo, o parlamentar age como se nada fosse suficiente. Charlatanismo na defesa de tratamento precoce, criação de gabinete paralelo, aposta em imunidade de rebanho, recusa e demora na compra de vacinas, falta de oxigênio em Manaus. Ele acha que precisa de mais. Não é dada à sociedade e a seus representantes nem a chance de que se discuta se Bolsonaro tem culpa ou não.

Rodrigo Maia só acordou do coma às vésperas de deixar o cargo. Chamou Bolsonaro de covarde, o culpou pelas 200 mil mortes e disse que a demora da vacina poderia levar o presidente a um "processo de impeachment muito duro". O que Arthur Lira está esperando? Um recorde mundial de mortes? Talvez queira garantir um lugar na história. Pela sua postura, o de cúmplice cairia bem.

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