Jornalista e roteirista de TV.
Mulher virou moeda na eleição
Os principais candidatos têm programas para resolver o que sempre foi ignorado
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Mais de 500 anos da chegada dos portugueses, 200 anos redondos da Independência, e o Brasil descobriu a mulher. Depois do combate à corrupção, o tema "mulher" virou moeda na eleição. Um voto vale todo tipo de promessa, inclusive a defesa da mulher, que coisa. Entre os candidatos à Presidência, os principais têm programas detalhados para resolver o que foi ignorado por décadas.
É uma maravilha. Quero morar neste país em que todo mundo se preocupa com a mulher. Tem de tudo. Microcrédito, vagas em creches, igualdade salarial, rede de proteção, enfrentamento do feminicídio, empreendedorismo, melhor acesso ao SUS, construção de moradias, valorização da maternidade. Se depender deles, a Suécia é logo aqui.
Também de olho nas vagas do Congresso, postulantes aos cargos resolveram empunhar bandeiras em nome das causas femininas. É gente que percebeu em 2022 que não pode deixar a floresta pegar fogo, o que Marina Silva fala há uns 20 anos, e que mulher não pode apanhar do marido. Ou, ao menos, entendeu que rende votos dizer que não pode.
É claro que há parlamentares e candidatos comprometidos com as causas para elevar a mulher a um patamar de igualdade na sociedade, mas há muito oportunismo. Quando não são falas vazias, que apenas repetem o dicionário identitário que dificilmente sensibiliza o eleitor comum, são escorregadas monumentais na tentativa de transformar ideais em discursos inflamados.
Lula chama trabalho doméstico de "serviço de mulher", depois de ter dito que quem quiser bater em mulher que vá pra fora de casa ou para fora do país. Jair Bolsonaro entendeu que sem o voto das fraquejadas, nada feito. A "cuestão" é que vai faltar "princesa" para apoiar o "imbrochável". Com exceção do presidente que é misógino de carteirinha, aos outros é evidente a falta de intimidade com a realidade e desejos de mudança da mulher no século 21.
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